A Via Láctea tem aproximadamente seis bilhões de planetas semelhantes à Terra, estima um novo estudo da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá.
A pesquisa considera planetas similares à Terra os astros que apresentam composição rochosa, tamanhos semelhantes ao nosso planeta e que ocupam a órbita de anãs amarelas – a classe de estrelas que inclui o Sol. Além disso, os planetas dessa categoria devem residir em zonas habitáveis da órbita de suas estrelas, em que há condições apropriadas para a presença de água líquida na superfície planetária.
Para chegar à estimativa, os cientistas calcularam uma proporção entre a quantidade de planetas parecidos com a Terra para cada anã amarela identificada na Via Láctea. “Meus cálculos apontam um limite superior ao de 0,18 planetas parecidos com a Terra por estrelas da classe G [anã amarela].”, afirmou Michelle Kunimoto.
Ilustração do GJ 357d. Identificado pela Nasa em 2019, exoplaneta é conhecido como “Super Terra”. Imagem: Nasa.
Estimativas anteriores chegaram a apontar proporções entre 0,02, até mais de um exoplaneta por estrela. Segundo o estudo, existem aproximadamente 400 bilhões de estrelas na galáxia, das quais 7% podem ser consideradas da mesma categoria que o Sol. “Isso significa que menos de seis bilhões de estrelas podem ter planetas semelhantes à Terra em nossa galáxia.”, diz Jaymie Matthews, coautor do trabalho e astrônomo da Universidade da Colúmbia Britânica.
Método
Em nota, os pesquisadores afirmaram que planetas semelhantes à Terra são difíceis de ser identificados em pesquisas planetárias por apresentarem tamanhos reduzidos e ocuparem órbitas distantes de suas estrelas.
Isso significa que um catálogo de planetas representa apenas um pequeno subconjunto dos astros que estão realmente em órbita ao redor de estrelas pesquisadas.
Para superar esses desafios de observação, os cientistas aplicaram uma técnica conhecida como modelagem direta. Kunimoto explica que iniciou o processo a partir de uma simulação de toda a população de exoplanetas ao redor de mais de 200 mil estrelas estudadas pelo telescópio Kepler.
Na sequência, a cientista classificou cada astro como “detectado” ou “perdido”, de acordo com a probabilidade do algoritmo dos próprios pesquisadores de identificar os exoplanetas.
“Depois, comparei os planetas ‘detectados’ com meu catálogo real de planetas. Se a simulação produz uma resposta próxima, então a população inicial [dos catálogos] é provavelmente uma boa representação da população real de planetas que orbitam as estrelas”, disse Kunimoto.
De acordo com ela, estimar a forma como diferentes tipos de planetas são comuns em torno de estrelas “pode fornecer restrições importantes às teorias de formação e evolução de planetas”, além de ajudar a aprimorar missões futuras para encontrar exoplanetas.
Fonte: Eureka Alert