Para entender a formação de nosso universo, cientistas podem usar ferramentas como o telescópio espacial Hubble para observar galáxias distantes. Mas mesmo o Hubble tem limites: a galáxia mais antiga que conseguimos observar, a GN-z11, nos dá uma visão de 32 Bilhões de anos no passado. Mas o universo é muito mais antigo do que isso. O que aconteceu antes?
Para responder a esta pergunta, pesquisadores da Universidade do Arizona adotaram uma abordagem incomum: usaram um supercomputador para simular a criação de milhões de ‘universos virtuais’. 8 milhões deles, para ser mais exato. Ao ajustar os parâmetros de criação e funcionamento de cada um deles e comparar os resultados com mais de 20 anos de observações astronômicas, os cientistas puderam avaliar quais modelos e teorias combinam com o que foi observado, e portanto são as que provavelmente se aplicam ao nosso universo.
‘Simular uma única galáxia requer 1048 operações de cálculo’, diz Peter Behroozi, professor assistente do Observatório Steward da Universade do Arizona”. ‘Todos os computadores da Terra combinados não conseguiriam fazer isso em 100 anos. Então, para simular não apenas uma galáxia, mas 12 milhões delas, tivemos que fazer as coisas de um jeito diferente’, disse ele.
A equipe limitou o tamanho e a resolução dos universos criados para não desperdiçar poder de processamento com detalhes desnecessários. E executou os cálculos no Ocelote (Jaguatirica), o supercomputador instalado no Data Center do Departamento de Pesquisa da Universidade. Com mais de 9 mil processadores e 192 GB de RAM, a máquina levou cerca de três semanas para completar a tarefa.
Agora, para entender melhor como as galáxias se formam, a equipe de Behroozi quer expandir o que chamam de ‘Máquina de Universos’ para calcular também a marfologia de galáxias individuais, e como suas formas evoluem ao longo do tempo.