Com o lançamento de sua 100ª missão na manhã desta terça-feira, que levou mais um lote de 58 satélites Starlink (totalizando 652 já lançados) ao espaço, a SpaceX quebrou mais um recorde: o maior número de vezes que um foguete foi reutilizado. O primeiro estágio do Falcon 9 lançado nesta manhã voou, e foi recuperado, seis vezes.

O primeiro estágio usado nesta terça-feira, número de série B1049, voou pela primeira vez em 10 de setembro de 2018, e seu voo mais recente havia sido em 4 de junho deste ano. Trata-se de um Falcon 9 Block 5, projetado para ser reutilizado em até 10 missões sem a necessidade de grande reforma. 

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Primeiro estágio do Falcon 9 B1049 pousando na balsa “Of Course I Still Love You”. Foto: Reprodução

O Falcon 9 tem dois estágios. O primeiro tem nove propulsores Merlin 1D e é responsável por levar o foguete até uma altitude de 70 km, em média. Ele então se separa do segundo estágio, que irá levar a carga até a órbita terrestre, e retorna para um pouso controlado em solo ou em uma das balsas autônomas da SpaceX. O segundo estágio não é recuperado.

Recentemente a SpaceX obteve sucesso em recuperar também as duas metades da carenagem que protege a carga no nariz do foguete, peças que juntas são avaliadas em US$ 6 milhões. Elas retornam à Terra com a ajuda de paraquedas e são capturadas pelos barcos GO Ms. Tree e GO Ms. Chief, equipados com gigantescas “redes” para suavizar o pouso.

Segundo a SpaceX, a produção de um novo primeiro estágio de um Falcon 9 representa até 60% do custo de um lançamento, e sua reusabilidade é crucial para a estratégia da empresa de baratear o acesso ao espaço. Atualmente a SpaceX está concentrando seus esforços no desenvolvimento da Starship, espaçonave que espera usar para estabelecer uma colônia em Marte.

Primeiros testes revelam velocidade da banda larga da Starlink

Os usuários beta do serviço de banda larga via satélite Starlink da SpaceX estão recebendo velocidades de download variando entre 11 Mbps e 60 Mbps. Os testes de velocidade, conduzidos com a ferramenta speedtest.net da Ookla, mostraram que o upload varia de 5 Mbps a 18 Mbps.

Os mesmos testes, conduzidos nas últimas duas semanas, mostraram latências (taxas de ping) alternando entre 31 ms e 94 ms. Contudo, esse não é um estudo abrangente das velocidades e latências da Starlink, então não está claro se é isso que os futuros usuários da internet da Starlink devem esperar quando o sistema estiver completamente funcional.

Links para 11 testes de velocidade de usuários anônimos da internet via satélite foram postados no Reddit nesta quinta-feira (13). Outro usuário da rede social compilou os resultados de alguns testes e os reuniu no gráfico a seguir.

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Testes de velocidade da Starlink. Imagem: Reprodução

Usuários beta devem assinar um termo de sigilo, o que significa que esses testes de velocidade podem ser um dos únicos vislumbres que teremos do desempenho da internet antes de seu lançamento oficial. A SpaceX disse à Comissão Federal de Comunicações (FCC) que a Starlink acabaria atingindo velocidades de gigabit, afirmando que “uma vez totalmente otimizado por meio da implantação final, o sistema será capaz de fornecer alta largura de banda (até 1 Gbps por usuário), serviços de banda larga de baixa latência para consumidores e empresas nos Estados Unidos e em todo o mundo”. Até o momento, a empresa lançou mais de 600 satélites, e já tem permissão da FCC para lançar cerca de 12 mil.

Embora 60 Mbps não seja um gigabit, está no mesmo nível de alguns sinais a cabo mais fracos, e é muito maior do que a maioria das velocidades oferecidas por muitos serviços DSL nas áreas rurais, locais interessantes para a SpaceX.

No Reddit, alguns usuários da internet disseram que adorariam receber as velocidades mostradas nos testes da Starlink, já que atualmente estão presos a 1 Mbps ou até menos. Um relatório da Ookla sobre velocidades de banda larga fixa em dezembro de 2018 encontrou velocidades médias de download de 96,25 Mbps e uploads médios de 32,88 Mbps nos EUA. A SpaceX planeja ter até cinco milhões de assinantes no país.