SpaceX ainda não sabe a causa da explosão da cápsula Crew Dragon

A empresa ainda realiza investigações para definir o motivo que levou a explosão da cápsula antes de levantar voo
Luiz Nogueira03/05/2019 12h48, atualizada em 03/05/2019 13h17

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Investigadores ainda tentam descobrir o real motivo que fez com que um veículo da SpaceX explodisse durante alguns testes realizados em 20 de abril. Um oficial da empresa confirmou que o acidente destruiu a versão de teste do veículo de passageiros da empresa, conhecido como Crew Dragon.

Foi iniciada uma investigação sobre o acidente logo após ele ter ocorrido, e especialistas ainda estão vasculhando suas evidências. A segurança e o desempenho do Crew Dragon são particularmente preocupantes para a NASA e para a SpaceX. A NASA contratou a SpaceX para construir o veículo como parte de um de seus programas, que visa reduzir a dependência da agência espacial russa Soyuz, que é a responsável pelas viagens tripuladas ao espaço, incluindo as idas à Estação Espacial Internacional.

Antes da explosão, o teste prosseguia de acordo com o plano. A cápsula foi amarrada no lugar especificado, que foi projetado para garantir que os propulsores do sistema estivessem funcionando corretamente. Hans Koeningsmann, vice-presidente de missões da SpaceX, disse, em uma coletiva de imprensa que a cápsula foi acionada como esperado e, em seguida, conjuntos de pequenos propulsores, localizados de cada lado do veículo, chamados Dracons, foram acionados.

Havia chegado a hora de testar os SuperDracos, os propulsores projetados para transportar a Crew Dragon e seus passageiros para longe do foguete, caso algo desse errado durante o lançamento. Aproximadamente meio segundo antes de os propulsores dispararem…bom… algo deu errado. “Houve uma anomalia e o veículo foi destruído”, explicou Koenigsmann.

Embora ainda seja muito cedo para apontar a causa, os primeiros dados sugerem que, o que quer que tenha acontecido, ocorreu quando o sistema SuperDraco foi ativado. No entanto, Koenigsmann descarta a hipótese: “Não temos motivos para acreditar que há um problema com os SuperDracos”, disse ele. “Os propulsores da nave foram testados exaustivamente, mais de 600 vezes nas instalações da SpaceX no Texas. “Continuamos a ter alta confiança nesse propulsor em específico”, disse ele.

Descobrir a causa do problema, e depois corrigi-lo, é fundamental para o futuro do programa Crew Dragon. Felizmente, a SpaceX já iniciou o desenvolvimento de outras cápsulas semelhantes e, por esse motivo, não será necessário construir um novo veículo do zero.

A empresa planeja ainda testar o sistema de ejeção automática de seu veículo em junho, seguido de um outro teste em julho. Isso agora parece muito improvável, mas não está claro o quão atrasado está o cronograma de avaliações.

Não é incomum que essas investigações levem tempo. Quando um foguete da SpaceX explodiu em pleno voo em 28 de junho de 2015, a empresa só anunciou que o desastre foi causado por um suporte defeituoso no dia 20 de julho daquele mesmo ano.

“Se isso acontecer, prefiro que aconteça no programa de desenvolvimento”, disse Koeningsmann sobre a explosão. “Vamos aproveitas as lições aprendidas com isso, e estou convencido de que isso nos ajudará a garantir que a Crew Dragon seja um dos veículos de voo espaciais tripulados mais seguros já construídos.”

VIA: The Verge

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital