Nas bordas mais extremas do nosso sistema solar, é possível encontrar uma barreira de plasma super quente – numa analogia livre, seria algo como se tivéssemos uma gigantesca “parede” marcando a fronteira entre o nosso sistema e o espaço interestelar. O material que compõe essa parede é conhecido como plasma. O plasma é considerado o quarto estado da matéria (os outros três são o sólido, o líquido e o gasoso). O plasma é diferente de todos eles porque não se enquadra em em nenhuma dessas categorias, sendo formado, basicamente, por gases ionizados, submetidos a altíssimas pressões. As temperaturas envolvidas no plasma são em geral também altíssimas. Durante algum tempo, essas altas temperaturas até levaram alguns a imaginar que o fogo seria composto por plasma (já que o fogo não é sólido, líquido ou gasoso). A confusão foi desfeita, já que o fogo é, na verdade, um tipo de energia gerada pela combinação de um elemento combustível e outro comburente.

Voltando à nossa “parede de plasma” espacial, quando a Voyager 2 – nave robótica norte-americana lançada pela Nasa – começou sua jornada no espaço interestelar no final do ano passado, a sonda chegou a registrar temperaturas de até 49.427 ºC. Embora a Voyager 2 pareça estar bem, a fronteira representada por essa camada de plasma pode se colocar como um desafio para sua jornada, conforme ela avança em direção à sua missão interestelar.

Agora, os cientistas da agência estão medindo a camada de plasma, que foi criada e é mantida pelos ventos que sopram do Sol para formar uma bolha gigante, de acordo com uma pesquisa publicada na revista Nature Astronomy.

De acordo com o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, uma nova pesquisa sugere que a Voyager 2 pode ainda não estar no espaço interestelar, mas sim em uma ampla região de transição feita de plasma compacto incrivelmente quente, além dos limites externos do sistema solar.  

Via: Nature Astronomy/Futurism