A sonda chinesa Tianwen-1 já viajou a mais de 8 milhões de quilômetros em sua trajetória até Marte e está funcionando normalmente, de acordo com a Administração Espacial Nacional da China. Enquanto a expectativa para a chegada do veículo cresce, a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial mostrou a paisagem marciana simulada que construiu para conduzir o “test drive” do rover.
O campo de testes foi reformado a partir de um local que foi inicialmente usado para simular a superfície lunar para os rovers Yutu 1 e Yutu 2. O local conta com diferentes tipos de terreno, com areia e pedras feitas a partir de carbonetos de silício lavados com água – para se certificar de que estavam limpos o suficiente e evitar contaminar o veículo espacial antes de ir para Marte.
“Neste local testamos todos os modos de funcionamento do rover, para vermos como ele se sai tanto em condições normais quanto quando um defeito ocorre”, explica o especialista da China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC), Jia Yong.
A Tianwen-1 deverá entrar na órbita de Marte por volta de fevereiro de 2021. Depois disso, a sonda passará dois a três meses pesquisando locais de pouso em potencial – usando uma câmera de alta resolução para se preparar para o pouso em maio. O orbitador leva sete instrumentos científicos, enquanto o rover carrega outros seis.
“Não vamos deixá-lo pousar na superfície de Marte imediatamente. Primeiro, vamos realizar algumas explorações preliminares, fazendo algumas operações de teste até encontrar uma janela melhor para fazer o pouso”, explica Liu Tongjie, vice-diretor do Centro de Exploração Lunar.
Apesar da indefinição, sabe-se que o local de pouso da sonda será no hemisfério norte do planeta – uma região escolhida cuidadosamente. “Pelo que aprendemos até agora, o hemisfério sul de Marte é montanhoso, enquanto mais planícies são vistas no hemisfério norte. Portanto, optamos por fazer o pouso neste último. No momento, escolhemos o Utopia Planitia”, completa Liu.