A perda de massa muscular e óssea é um problema sério para astronautas em missão espacial – especialmente nas mais longas. Se o objetivo é chegar em Marte, é essencial solucionar a questão da degeneração muscular nos voos. Pesquisa nesse sentido ainda podem ajudar muita gente na Terra, especialmente pacientes com doenças raras e pessoas com condições associadas à perda de massa muscular, como idosos.
Por isso, nos próximos dias, os cientistas do Jackson Laboratory irão se debruçar sobre uma carga muito especial, que chegou vinda da Estação Espacial Internacional (ISS) na cápsula Dragon, da SpaceX, na última terça-feira (7): 40 ratos, dos quais oito deles foram geneticamente modificados para serem extremamente musculosos. Ratos bombados.
Os ratos embarcaram para o espaço no início de dezembro, e não possuem miostatina (a proteína que limita o crescimento do tecido muscular), fazendo com que eles possuam aproximadamente o dobro da massa muscular média.
Depois de um mês em ambiente de microgravidade, os ratos serão estudados pelo pesquisador e professor do Jackson Laboratory, Se-Jin Lee, que utilizará os dados coletados para explorar ainda mais o potencial que os inibidores da miostatina – descobertos por Lee em 1997 – possuem para o tratamento da perda muscular e óssea.
“O conhecimento que adquirimos sobre os efeitos da microgravidade nos músculos e ossos nos ajudará a melhorar a saúde dos astronautas – tanto no espaço quanto na Terra, e também a entender melhor a promessa que os inibidores da miostatina têm para idosos, pessoas acamadas e pessoas que sofrem perda de massa muscular relacionadas a doenças como AIDS, ELA, câncer e muitas outras”, explica o professor Lee.