O sempre polêmico Elon Musk, CEO da SpaceX e da Tesla, escreveu em seu Twitter que uma “rocha gigante” vai eventualmente atingir a Terra e que “atualmente não temos defesa”. A Nasa discorda.

A mensagem de Musk não surgiu do acaso. Ele estava respondendo a outro tweet do comediante Joe Rogan, que compartilhou um artigo relatando os preparativos da agência norte-americana para o asteroide Apophis, que deve passar pela Terra no dia 13 de abril de 2029. Apophis recebeu o nome de um deus egípcio do caos.

No final das contas, Musk não está errado ao dizer que “não se preocuparia com este em particular”, já que o Apophis vai “errar o alvo” (nós) por uma distância de 30.500 km. Mas é raro que um objeto tão grande esteja tão próximo, então os cientistas da Nasa terão a oportunidade de observar detalhes da sua superfície e outros aspectos que podem ajudar na defesa planetária.

É a próxima parte do tweet de Musk que causou polêmica nas redes, ao indicar a possibilidade de colisão com uma “rocha gigante”. Embora uma colisão eventual seja possível dada uma escala de tempo suficientemente grande (por exemplo, milhares de anos), o site da Nasa é categórico ao afirmar: “Nenhum asteroide conhecido representa um risco significativo de impacto com a Terra pelos próximos 100 anos”.

Lindley Johnson, da Coordenadoria de Defesa Planetária da Nasa, reitera essa posição em comunicado: “Embora nenhum asteroide conhecido com mais de 140m de diâmetro tenha uma chance significativa de atingir a Terra pelos próximos 100 anos, a Nasa e seus parceiros estão estudando várias metodologias diferentes para desviar um asteroide perigoso.”

Basicamente, mesmo se um asteroide gigantesco estivesse viajando em direção à Terra, cientistas acreditam que terão tecnologia suficiente para desviá-lo do curso e evitar a colisão. A Nasa também tem um departamento específico que procura por asteroides não detectados e monitora suas órbitas, para que seja possível demarcar onde exatamente eles estarão daqui a centenas de anos.

Mesmo que um asteroide não detectado tenha passado batido, Johnson afirma à CNN que um impacto é extremamente raro: isso ocorre apenas uma vez a cada dois ou três séculos. O último grande impacto foi em 1908 sobre Tunguska, na Sibéria, por um meteoro com o tamanho estimado entre 50 e 190 metros. Ele explodiu pouco antes de tocar o solo liberando uma quantidade de energia entre 10 e 30 megatons de TNT, ou seja, de 660 a 2.000 vezes a energia da bomba de Hiroshima, na 2ª Guerra Mundial. Como resultado, mais de 2.000 Km quadrados de floresta foram devastados, com árvores jogadas ao chão como se esmagadas por um rolo compressor. 

Fonte: CNN