Primeiro motor Raptor Vacuum para naves Starship conclui ‘teste de fogo’

Otimizado para o vácuo do espaço, motor permite que nave seja impulsionada com ainda mais força
Redação25/09/2020 19h45, atualizada em 25/09/2020 20h09

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A SpaceX revelou que o primeiro motor Raptor Vacuum (RVac), um dos que integrará a estrutura das naves Starship – veículos gigantes que transportarão pessoas e cargas para a órbita da Terra, Lua e Marte -, completou um “teste de fogo de duração total”.

“Concluímos um teste de fogo de duração total do motor Raptor Vacuum nas instalações de desenvolvimento de foguetes da SpaceX em McGregor, Texas”, publicou a SpaceX via Twitter.

O RVac é quase inteiro baseado no motor Raptor otimizado para uso no nível do mar – ou Raptor Sea Level -, que também foi desenvolvido pela SpaceX e faz parte da família de motores Raptor. Portanto, todos os complexos turbomáquinas e câmaras de combustão, os quais representam a maior parte de um motor de foguete, são como os de um Raptor Sea Level, mas, da câmara de combustão para baixo, um escapamento em formato de sino foi expandido cinco vezes ou mais.

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Comparação entre um Raptor Sea Level (esquerda) e um Raptor Vacuum (direita) na escala humana. Imagem: SpaceX/Twitter

A Starship contará com uma mistura de três Raptors Sea Level e três Raptors Vacuum, que, juntos, devem dar o impulso necessário para a nave alcançar a órbita e garantir operações eficientes na atmosfera e no vácuo.

De forma sucinta, um motor de foguete pode se beneficiar de um escapamento otimizado para vácuo porque a superfície adicionada dá aos gases uma pressão extremamente alta para que a câmara de combustão empurre com ainda mais força. Na prática, o motor é mais eficiente quando os gases de escape terminam de se expandir para corresponder à pressão do ambiente no exato momento em que saem escapamento.

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A gigantesca nave espacial Starship. Imagem: Darrell Etherington/TechCrunch

Isso pode não fazer sentido no nível do mar na Terra, já que, por aqui, a pressão do ar é bem alta e o gás de escape não precisa se expandir tanto para equalizar. No entanto, no vácuo do espaço, os gases precisam se expandir muito para corresponder à pressão circundante. Por isso, neste caso, um escapamento expandido torna o motor mais eficiente.

Talvez a Starship nem precise de motores RVac para chegar à órbita: o CEO Elon Musk apresentou, há dois anos, um projeto de uma Starship com sete Raptors Sea Level. Na ocasião, Musk disse que os motores estavam indo tão bem que a SpaceX abandonou os RVacs no projeto da Starship mais básica.

Quanto ao “teste de fogo de duração total”, a Starship deve estar querendo anunciar que o primeiro Raptor Vacuum conseguiu ligar, queimar e desligar no tempo certo, evitando uma inatividade prematura. Pode parecer pouco, mas para um motor grande e complexo como o RVac, se trata de uma conquista relevante.

Via: Teslarati

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital