Para celebrar os 150 anos do Museu de História Natural de Nova York, o Planetário Hayden, o mais avançado do mundo, estreou uma nova projeção, que em meia hora mostra imagens imersivas de mundos distantes, missões espaciais inovadoras e a evolução de nosso sistema solar. ‘Worlds Beyond Earth’ (Mundos além da Terra) está em apresentação no teatro Giant Sphere e é narrado pela vencedora do Oscar Lupita Nyong’o.
“A apresentação é uma façanha da visualização científica, construída com dados e pesquisas reais. Nos últimos 50 anos, a capacidade da humanidade de viajar e estudar nosso sistema solar aumentou exponencialmente com o advento de naves espaciais robóticas e aprendemos muito sobre nossos planetas vizinhos – como eles foram formados e como são hoje”, explica a presidente do museu, Ellen Futter.
Criado por uma equipe que inclui cientistas de museus, educadores e especialistas em visualização científica, ‘Worlds Beyond Earth’ é uma experiência imersiva com base em dados autênticos das missões da Nasa, Agência Espacial Europeia (ESA) e Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa), telescópios e simulações. “Nossa capacidade de renderizar mundos distantes é impressionante, graças às missões espaciais passadas e atuais e aos dados que eles fornecem”, conta Carter Emmart, diretor de ‘Worlds Beyond Earth’. “Não estamos inventando nada aqui. A altura, cor e formas que vemos são provenientes de medições reais”, completa.
O Hayden, como muitos planetários modernos, conta com projetores “fulldome” que podem cobrir todo o interior da cúpula. O sistema atual é composto por seis projetores sincronizados com resolução de 8K a 60 quadros por segundo. A cúpula também possui 23 alto-falantes e dois subwoofers. Esse equipamento ajuda na ideia de levar o público a outros mundos em nossa vizinhança solar, reconstruindo eventos reais em locais específicos, incluindo um pouso na Lua.
“As pessoas não percebam o quanto nós, como raça humana, conhecemos do nosso sistema solar”, disse o curador do ‘Worlds Beyond Earth’, o geólogo Denton Ebel. “Mas nós estamos lá fora, por meio dessas naves espaciais incrivelmente complexas e bem-sucedidas, e o que estamos aprendendo sobre nosso lugar único é surpreendente e também um pouco preocupante”, acredita o cientista.
Um exemplo dessa preocupação é a viagem ao planeta “gêmeo” da Terra, Vênus – que já teve condições muito semelhantes às do nosso planeta, mas hoje tem uma superfície quente o suficiente para derreter o chumbo devido à sua acumulação a longo prazo de gases de efeito estufa. Envio de naves espaciais explorar Vênus aprofundou a compreensão dos cientistas sobre o aquecimento global.
Por outro lado, nosso outro vizinho solar, Marte, está congelando. A exploração revela que o suprimento de água e os vulcões ativos de Marte criaram condições para a vida, mas não duraram muito – como demonstrado em uma simulação da evolução da superfície do planeta. O núcleo de Marte resfriou rapidamente, causando a deterioração do seu campo magnético e permitindo que a maior parte da atmosfera fosse arrancada. O que resta é um deserto seco e congelado – uma “Terra fracassada”.
Ebel conta que queria mostrar os fenômenos mundanos que unem nossos planetas, mas também os diferenciam. “Temos todos esses processos semelhantes – temos campos magnéticos, temos vulcões, temos atmosferas, temos gravidade”, diz ele. “E, no entanto, esses processos levam a essa enorme diversidade de resultados”.
Via Fast Company/AMNH