Oumuamua provavelmente não é uma tentativa alienígena de comunicação

Embora uma explicação extraterrestre não possa ser descartada, estudo conclui que o mais provável é que objeto tenha origem natural
Redação01/07/2019 21h14, atualizada em 01/07/2019 21h57

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Um estudo revelou o que pode ser um alívio para alguns e uma frustação para outros: o objeto interestelar descoberto em outubro de 2017 não era uma nave alienígena.

Descoberto há dois anos, o “Oumuamua” é um o objeto interestelar de forma alongada que mede meio quilometro. Ele causou tamanha fascinação entre os cientistas, que alguns disseram que poderia se tratar de uma tecnologia alienígena e talvez até uma tentativa de contato.

Mas um estudo publicado nesta segunda-feira (01/07) na Nature Astronomy contesta a hipótese e traz explicações naturais para que o “comportamento bizarro e inesperado do Oumuamua”.

O pesquisador da Universidade de Maryland, Matthew Knight, foi quem comandou o estudo e disse ao portal Vice que os resultados obtidos pela sua equipe não descartam necessariamente uma origem extraterrestre para o objeto. No entanto, sugere que uma gênese natural é mais provável.

“Como cientista aprendi a pensar que nada é absoluto, por isso não posso dizer com 100% de certeza que não se trata de ETs”, disse Knight. “Enquanto nós (comunidade científica) estamos tentando explicar algumas coisas entranhas sobre Oumuamua certamente vale a pena considerar todas as possibilidades para descobrir a solução do enigma”.

“De qualquer forma, o fato do objeto possuir algumas propriedades incomuns não é evidência suficiente para afirmarmos que se trata de alienígenas”, completou.

Há décadas os cientistas esperam conseguir detectar um objeto interestelar, mas eles acreditavam que seria um cometa ativo, restos dos corpos congelados que orbitam nosso sistema solar.

“Mas o Oumuamua era de cor avermelhada e não apresentava sinais detectáveis de liberação de gases – liberação de emissões gasosas à medida que os cometas se aquecem perto das estrelas. A falta desses sinais deixou os cientistas perplexos, uma vez que o objeto acelerava no exterior do sistema solar – um processo normalmente associado a cometas”.

Ainda assim, o Oumuamua é relativamente pequeno e escuro, então é possível que os observatórios atuais simplesmente não tenham conseguido ver essas emissões gasosas. Ao mesmo tempo, o aumento de velocidade do objeto poderia ser explicado pela pressão de radiação do Sol sobre ele.

Quanto às origens, o estudo concluiu que “Oumuamua é provavelmente planetesimal – isto é, um pequeno bloco de construção de outro planeta.

A esperança é que através de futuras descobertas os cientistas consigam resolver melhor o quebra-cabeça atual.

Embora o Oumuamua provavelmente não seja mesmo um objeto alienigena, a comunidade científica está animada com a possibilidade de futuros visitantes interestelares e tudo o que eles podem nos dizer.

Fonte: Vice

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital