Novo estudo pode ajudar a explicar processos da atividade vulcânica

Lagos de lava foram sugados para baixo da terra e destruíram vilas costeiras a mais de 10 quilômetros de distância de onde ocorreu a erupção
Redação27/01/2020 19h26

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Nesta segunda-feira (27), a National Geographic publicou a história de uma das erupções da ilha vulcânica de Ambrym, situada em Vanuatu. O fenômeno que aconteceu em 2018 e fez sumir todos os lagos de lava da ilha, teve um estudo dedicado e continua sendo material de pesquisa para casos semelhantes.

Quem viu o episódio acontecer diante de seus próprios olhos foi Yves Moussallam, um vulcanologista da Universidade de Columbia, Estados Unidos, e seu grupo de pesquisadores. Segundo Moussallam, uma paisagem que antes era colorida, se tornou um ambiente cinza do dia para a noite. “Parecia que tudo estava em preto e branco”, contou.

 

A completa transformação do ambiente aconteceu após uma “erupção negativa”, de acordo com Clive Oppenheimer, outro vulcanologista, mas da Universidade de Cambridge. Em vez de uma erupção comum, com enormes quantidades de lava saindo pelo topo de montanhas, a erupção de Ambrym, em 2018, aconteceu, majoritariamente, abaixo do solo: uma quantidade de lava capaz de preencher 160 mil piscinas olímpicas se movimentou sob a terra.

Por mais que a lava tivesse dado as caras inicialmente, era possível sentir que algo ainda estava acontecendo. Na vila costeira de Pamal, a 13 km do local da erupção, estradas foram cortadas ao meio e casas foram tiradas do lugar por um material magmático que vinha debaixo da superfície.

Reprodução

Além disso, a movimentação incomum fez com que a lava quente surgisse a partir do fundo do Oceano Pacífico, gerando acúmulo do material subterrâneo e empurrando a costa para cima cerca de um metro e meio, fato que expôs uma vasta extensão de corais à luz solar, mortal para esses animais.

Esse tipo de erupção subterrânea não é incomum, mas tende a acontecer em locais onde as placas tectônicas estão se separando – e esse não é o caso de Ambrym. Vanuatu, o país cheio de ilhas no qual o evento aconteceu, se encontra na zona de colisão das placas tectônicas Pacífica e Indo-Australiana.

Agora, após dois anos desde a erupção, o fenômeno continua cheio de mistérios. Moussallam ainda estuda o evento, principalmente no que diz respeito à parte química. Ao que parece, existem ao menos duas composições diferentes na lava, o que pode significar que o material magmático seja resultante de uma nova conexão de reservatórios, algo que explicaria a grande quantidade de lava na erupção subterrânea.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital