Telescópio produz foto em Raios X de todo o céu visível

Instrumento, batizado de eROSITA, capturou 165 GB de dados ao longo de 182 dias. Cada um dos mais de 1 milhão de pontos brilhantes na imagem é uma fonte de Raios-X
Rafael Rigues19/06/2020 16h36

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Um telescópio chamado eROSITA acaba de completar seu primeiro mapa em Raios X de todo o céu. Criado pelo Instituto Max Planck para Física Extraterrestre (MPE), na Alemanha, ele foi lançado junto com o observatório Spektr-RG, operado pela Rússia e Alemanha, em julho de 2019.

O instrumento coletou 165 GB de dados em 182 dias. Os dados foram compilados em um mapa de todo o céu visível, que contém mais de um milhão de objetos emitindo Raios X.

Cerca de 77% dos objetos mais brilhantes são núcleos galácticos ativos, ou buracos negros supermassivos que está estão absorvendo material no centro de suas galáxias. Entre eles há grupos de galáxias que tem “halos” brilhantes devido a gás preso por grandes concentrações de matéria escura.

“Esta imagem de todo o céu muda completamente a forma como olhamos para o universo energético”, diz Peter Predehl, investigador principal da equipe eROSITA no MPE. “Vemos uma imensa riqueza de detalhes. A beleza das imagens é realmente estonteante”.

Reprodução

O mapa produzido pelo eROSITA. Cada ponto brilhante é uma fonte de Raios-X. Foto: Instituto Max Planck para Física Extraterrestre (MPE)

“Estávamos todos aguardando ansiosamente o primeiro mapa de todo o céu feito com o eROSITA”, disse Mara Salvato, cientista do MPE que esteve envolvida no projeto. “Grandes áreas do céu já haviam sido cobertas em muitos outros comprimentos de onda, e agora temos os dados correspondentes em Raios X”, disse. “Precisamos deste tipo de pesquisa para identificar fontes de Raios X e entender sua natureza”.

Este primeiro mapa é só o começo: “Durante os próximos 3 a 5 anos queremos ter 7 mapas similares ao visto nesta bela imagem”, disse Rashid Sunyaev, cientista-chefe da equipe russa no projeto Spektr-RG. “Combinados, sua sensibilidade será cinco vezes maior, e eles serão usados por astrofísicos e cosmologistas por décadas”.

Fonte: Futurism

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital