Primeiro voo orbital da Starship pode acontecer ainda neste ano

Apesar de sucessivas falhas em testes, executivos da empresa estão confiantes que protótipos da espaçonave chegarão à órbita até o final de 2020
Rafael Rigues04/06/2020 14h45, atualizada em 04/06/2020 14h54

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Quem acompanha os testes dos protótipos da Starship, espaçonave que a SpaceX espera um dia usar para colonizar Marte, pode até pensar que as coisas vão de mal a pior e que o sucesso é algo distante. Afinal, notícias de falhas, incêndios e explosões são comuns, e surgem com frequência.

Mas Hans Koenigsmann, vice-presidente encarregado de “construção e confiabilidade de voo” na SpaceX, tem outra expectativa. Em declaração à revista alemã Der Spiegel ele afirma que os primeiros “saltos”, voos de baixa altitude dentro da atmosfera, devem acontecer nas próximas semanas. E se tudo der certo, um primeiro voo orbital pode acontecer “ainda neste ano”.

Os testes em rápida sequência, e sucessivas falhas, da SpaceX são fruto de uma metodologia de desenvolvimento conhecida como Minimum Viable Product (MVP, Produto Viável Mínimo), muito comum em startups de software. A ideia é coletar o máximo possível de informações validadas com o mínimo de esforço.

Por exemplo, diante da necessidade de comprovar a ignição confiável do propulsor a SpaceX constrói apenas o mínimo necessário para o teste, muitas vezes não mais do que um tanque de combustível, o propulsor e um controle de ignição, algo que pode ser feito rapidamente e com baixo custo.

Em caso de falha um “artigo de teste” substituto, incorporando uma correção, pode ser montado e testado rapidamente. Se for bem-sucedido, o aprendizado é levado para um novo estágio do produto (no caso a espaçonave), e assim por diante.

A SpaceX já tem um quinto protótipo da Starship (SN5) pronto. Segundo Koenigsmann, os primeiros testes de pressurização e disparo estático do motor poderão ser feitos nas próximas semanas, dependendo apenas da reconstrução do equipamento de teste destruído na explosão da SN4.

Se a SN5 sobreviver a estes testes e aos primeiros saltos, pode receber um upgrade com um cone no nariz, aletas e dois motores Raptor extras para fazer um dramático voo a 20 km de altura, culminando em um teste de pouso.

Depois que essa habilidade for demonstrada, o desenvolvimento do foguete Falcon Super Heavy, que irá levar a Starship ao espaço, e testes de operação orbital e reentrada são os próximos pontos críticos. Se Koenigsmann estiver correto, é provável que as primeiras Starships com escudo térmico e os primeiros protótipos do Super Heavy apareçam no Texas nos próximos meses.

Fonte: Teslarati

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital