Pela primeira vez, cientistas capturam o brilho dos anéis de Urano

Anéis foram descobertos em 1977, e são tão tênues que não podem ser vistos da Terra a olho nu; primeira imagem direta foi feita pela Voyager 2, em 1986
Rafael Rigues23/08/2019 18h16

20190823031915

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Uma equipe de pesquisadores liderada por Edward Molter, estudante de graduação da Universidade da Califórnia em Berkeley, conseguiu pela primeira vez capturar o “brilho” dos anéis de Urano em uma imagem térmica.

Ao contrário dos famosos anéis de Saturno, que são compostos por objetos que vão de grãos de poeira a pedaços de gelo do tamanho de uma casa, os anéis de Urano, descobertos em 1977, são compostos em sua maioria por partículas minúsculas de poeira. A primeira foto do sistema de anéis, 13 no total, foi feita pela espaçonave Voyager 2 quando passou pelo planeta em 1986.

Os pesquisadores usaram dois telescópios no Chile, o ALMA (Atacama Large Millimeter Array) e o VLT (Very Large Telescope). Fotografar os anéis não era o objetivo dos pesquisadores: “Eu só estava querendo capturar a melhor imagem possível do planeta quando vi os anéis. Foi incrível”, disse Molter.

Reprodução

Os anéis se destacam na imagem porque são “mais quentes” do que o planeta. Mas “quente” é um termo relativo: a temperatura estimada é de -195 graus centígrados (ou 77 Kelvin). A superficie do planeta em si tem temperatura estimada em -201 graus centígrados.

A imagem pode ajudar os cientistas a entender melhor a composição de um dos anéis em específico, conhecido como Epsilon. Ao contrário dos outros, ele é composto apenas por objetos muito maiores, do tamanho de uma bola de golfe. Ainda não se sabe o motivo para esta diferença.

O telescópio espacial James Webb, que será lançado pela NASA em 2021, deve nos fornecer uma visão mais detalhada de Urano e seus anéis.

Fonte: Business Insider

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital