Nasa testou solo lunar em animais para garantir que não era perigoso

Pássaros, roedores, insetos e crustáceos receberam injeções ou alimento contendo amostras do solo lunar, para se certificar de que a vida na Terra não seria ameaçada pelo material
Luiz Nogueira30/07/2019 11h58

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A chegada do homem à Lua foi um grande avanço para a humanidade, mas a volta para a Terra foi marcada por diversas dúvidas em relação à saúde dos tripulantes da Apollo 11. Por esse motivo, cientistas da Nasa realizaram diversos experimentos para garantir que tudo estavam bem com os astronautas, mas esses testes não ficaram restritos a eles.

Os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin conseguiram coletar amostras da superfície da Lua durante sua missão. No entanto, para garantir que fosse seguro armazenar amostras lunares na Terra, cientistas tiveram que executar uma série de testes para se certificar de que não houvesse nenhum potencial para contaminação ou danos ao nosso ecossistema.

Armstrong e Aldrin foram colocados em quarentena por semanas após seu retorno, e eles tinham alguns outros companheiros de quarto. A Nasa escolheu vários animais para representar as espécies existentes no planeta. Eles foram injetados com amostras de material lunar para entender seus efeitos em diferentes organismos.

As aves foram representadas por codornas japonesas; camundongos representaram os roedores; camarão marrom, camarão rosa e ostras foram usados para representar os moluscos; moscas e traças se juntaram às baratas para representar os insetos; e pequenos peixes também foram utilizados.

O modo como cada um deles recebeu a amostra variou. As codornas e camundongos receberam injeções, poeira lunar foi adicionado à água para todas as espécies aquáticas e os insetos tiveram amostras do solo lunar em seus alimentos. As únicas espécies que morreram foram as ostras, que os cientistas acreditam ter mais a ver com o fato de que os testes foram realizados durante a época de acasalamento.

“Nós tínhamos que provar que não iríamos contaminar os seres humanos, peixes, pássaros animais e plantas”, disse Charles Berry, chefe de operações médicas durante a Apollo 11. A Nasa até trabalhou com o Departamento de Agricultura dos EUA para testar se as plantas reagiriam negativamente ao material lunar. Eles cultivaram sementes em solo com a adição de material vindo do espaço. Os testes de cultivo foram realizados com sementes de tomate, cebola, samambaia, repolho e tabaco.

Judith Hayes, chefe da divisão de Pesquisa Biomédica e Ciências Ambientais da Nasa, comentou os resultados na época: “Eles não encontraram nenhum crescimento microbiano nas amostras lunares, e não havia nenhum microorganismo que fosse atribuído a qualquer fonte extraterrestre ou lunar”. E completou: “A tripulação não tinha sinais de nenhuma doença infecciosa, e quase todos os animais sobreviveram aos exames, então todos se saíram bem”.

Mesmo com os resultados satisfatórios, a Nasa continuou com os testes. Foi só depois da missão Apollo 14, em 1971, que foi decidido que era seguro o suficiente parar os testes em animais e acabar com o processo de quarentena que era aplicado aos astronautas.

Via: Edition

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital