Nasa e GE fecham parceria para criar tecnologias para aviões elétricos

Empresas esperam desenvolver um novo tipo de inversor baseado em Carbeto de Silício, mais leve e menor que os já existentes
Rafael Rigues25/09/2019 18h35, atualizada em 25/09/2019 18h38

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Aviões elétricos são uma proposta interesante. A eliminação de combustíveis fósseis reduziria as emissões de carbono, o que contribui para uma redução no aquecimento global. E a tecnologia também reduziria o custo dos vôos, já que energia elétrica é mais barata (e segura) do que combustível de aviação.

Mas além da dificuldade de criar métodos para armazenar energia suficiente para a duração de um vôo, também há outros desafios. Um exemplo são os inversores, que convertem a corrente contínua das baterias em corrente alternada usada pelos motores. Há poucos inversores certificados para uso na aviação, e os que existem são grandes e pesados.

A Nasa e a GE fecharam uma parceira para produzir uma nova geração de inversores, baseados em um material chamado Carbeto de Silício (SiC). Segundo as empresas, ela permitirá a construção de inversores com uma densidade energética muito superior aos existentes, mas ainda assim pequenos e leves o suficiente para que possam ser usados em aeronaves elétricas.

“Estamos essencialmente colocando 1 MW de potência em uma máquina do tamanho de uma maleta compacta, que irá converter energia suficiente para possibilitar arquiteturas de propulsão híbrida-elétrica em aeronaves comerciais”, disse Konrad Weeber, Engenheiro Chefe de Propulsão Elétrica da GE Research. “Já construímos no solo inversores que atendem aos requisitos de potência, tamanho e eficiência necessários para o vôo elétrico. O próximo passo é demonstrar um pronto para trabalhar em altitude”.

A tecnologia de SiC tem vantagens significativas sobre os componentes eletrônicos tradicionais, baseados em silício. Um dos mais importantes para a aviação é a tolerância ao calor. De acordo com a GE, o Carbeto de Silício “pode operar a temperaturas que seriam impossíveis com chips de silício, e operar a frequências muito mais altas porque são muito mais eficientes. Dispositivos baseados em SiC podem lidar com a mesma quantidade de energia que os baseados em silício, mas com a metade do tamanho e do peso”.

Na colaboração entre a Nasa e a GE os custos serão divididos meio-a-meio entre as empresas. A Nasa vem pesquisando arquiteturas para aeronaves elétricas desde meados dos anos 2.000, e já desenvolveu várias aeronaves experimentais que demonstram conceitos da propulsão elétrica.

Na Noruega, a estatal Avinor está fazendo vôos de demonstração com aeronaves elétricas, que espera colocar em operação em rotas domésticas em 2025. Já aqui no Brasil, a Embraer e a Weg se uniram para desenvolver tecnologia de propulsão elétrica. O primeiro fruto da parceria, um protótipo baseado no EMB-203 Ipanema, deve começar a voar em 2020.

Fonte: ZDNet

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital