A Nasa anunciou nesta quinta-feira (3) que a agência completou o desenvolvimento do espelho primário do Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, também conhecido por WFIRST (Wide Field Infrared Space Telescope). Com lançamento previsto para 2025, a sonda recebe o nome da cientistas considerada a mãe do telescópio Hubble e será dedicada ao estudo de exoplanetas e de matéria escura.

Diferente de outros equipamentos do telescópio Roman, o espelho primário não foi construído do zero, o que explica porque o objeto está pronto com tanta antecedência. Trata-se de uma versão remodelada de instrumentos do Escritório Nacional de Reconhecimento, uma agência de inteligência norte-americana que projeta, constrói e opera satélites do governo dos Estados Unidos.

O instrumento será responsável por receptar e redirecionar a luz de objetos espaciais para os demais equipamentos do telescópio Roman. Com 2,4 metros de diâmetro, o espelho primário tem o mesmo tamanho da peça utilizada no Hubble, porém é muito mais leve por conta de avanços tecnológicos.

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Nancy Grace Roman faleceu em 2018, aos 93 anos. Imagem: Reprodução

Segundo a Nasa, o instrumento é revestido por uma camada extremamente fina de prata, capaz de refletir luz infravermelha. A capa prateada conta com menos de 400 nanômetros de espessura, uma proporção 200 vezes mais fina que um fio de cabelo humano. O espelho é mais “suave” do que o previsto anteriormente no projeto.

“O espelho foi precisamente fabricado para [atender] a prescrição óptica do Telescópio Espacial Roman”, disse Bonnie Patterson, gerente de programa da L3Harris Technologies em Rochester, Nova York, em comunicado à imprensa. “Uma vez que é muito mais suave do que o necessário, proporcionará um benefício científico ainda maior do que o originalmente planejado”.

Outros instrumentos

Assim que o espelho captar a luz, sua função será direcionar os feixes infravermelhos para dois instrumentos: um coronógrafo e uma lente “Wide Field”. A primeira ferramenta permitirá ao telescópio Roman bloquear o brilho de estrelas para identificar exoplanetas, ou seja, planetas que localizados além do Sistema Solar.

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Espelho primário do telescópio Roman foi desenvolvido pela Nasa em parceria com a L3Harris Technologies. Imagem: Nasa

O dispositivo não é uma novidade em sondas espaciais, visto que o Hubble apresenta um equipamento correspondente. A Nasa diz, no entanto, que o sistema do Roman será mais eficiente, com a capacidade de captar brilhos de planetas que são até um bilhão de vezes mais fracos do que os sinais de suas estrelas.

Já a lente Wide Field corresponde a uma câmera gigante de 300 megapixels. Embora a resolução angular – ou seja, a capacidade de distinguir dois objetos muito próximos – seja a mesma dos equipamentos do Hubble, o objeto vai garantir ao Roman um campo de observação até 100 vezes mais amplo.

O recurso deve contribuir para estudos mais precisos sobre a estrutura da matéria escura no Universo. “A expansão do universo está se acelerando, e uma das coisas que o Wide Field Instrument nos ajudará a descobrir é se a aceleração está aumentando ou diminuindo”, Jeff Kruk, cientistas da Nasa envolvido na missão do telescópio Nancy Roman.

Próximos passos

Após completar o desenvolvimento do espelho primário, a Nasa agora deve conduzir uma série de testes com o equipamento. Um dos principais pontos que serão observados é como instrumento responde a alterações de temperaturas. Esse pode provocar a expansão ou a contração de materiais que compõem o espelho, o que resultaria em imagens potencialmente distorcidas.

Além disso, a agência espacial norte-americana pretende testar as estruturas que vão garantir suporte ao instrumento nas instalações do telescópio Roman.

“O espelho principal do Roman está completo, mas nosso trabalho ainda não terminou. Estamos entusiasmados em ver esta missão evoluir para o lançamento e ansiosos para testemunhar as maravilhas que ela vai revelar”, pontuou Scott Smith, diretor da missão no Centro da Nasa para voos espaciais Goddard.

Via: Science Alert