Titã, uma das 82 luas de Saturno, pode ser muito semelhante à Terra. Para explorar os lagos, rios, mares e céus desse satélite especial, a Nasa dará início, em 2034, à missão Dragonfly, que pousará em sua densa atmosfera.
Até agora, Titã é o outro único corpo celeste encontrado que possui líquido em sua superfície. Contudo, em vez de apenas água, essa lua é coberta por rios e lagos de metano e etano – característica notada pela sonda Huygens, também da Nasa, que foi até lá há mais de 20 anos.
Os líquidos na superfície não são a única semelhança com a Terra. De acordo com os astrônomos envolvidos na missão Dragonfly, a sonda pode encontrar, também, diabos de poeira, aqueles redemoinhos de vento que ocorrem por aqui.
Esse fenômeno acontece quando pequenas regiões da superfície aquecem. Dessa forma, o ar quente sobe e, se capturado pelo vento, se transforma em uma coluna que varre a poeira e outros detritos junto com ela.
No entanto, diferentemente dos líquidos na superfície, os diabos de poeira não são exclusivos do planeta Terra e de Titã. O fenômeno já foi observado em Marte e ocorre principalmente durante a primavera e o verão do Planeta Vermelho, chegando a incríveis 8 quilômetros de altura, 5 metros de largura e com ventos de até 100 km/h.
Fenômenos como esse são preocupantes em qualquer superfície, afinal, os diabos de poeira podem canalizar os detritos para a atmosfera, causando tempestades ainda maiores. Foi o que aconteceu em 2018, quando o rover Opportunity, também da Nasa, foi atingido por uma enorme tempestade de poeira em Marte, que acabou inutilizando o equipamento definitivamente.
Os diabos de poeira em Titã ainda são apenas uma hipótese baseada no que a missão Huygens, que durou até 2017, observou só no fim de sua vida.
“Os ventos na superfície de Titã são geralmente muito fracos”, afirmou o cientista planetário Brian Jackson, da Universidade Estadual de Boise, nos Estados Unidos. “A menos que haja uma grande tempestade rolando lá, provavelmente não há muito vento, e assim diabos de poeira podem ser um dos principais mecanismos de transporte de poeira em Titã – se eles existirem”.
Ainda restam muitas dúvidas, mas a sonda Dragonfly vai partir para enviar respostas.
Via: Popular Mechanics