A Força Aérea dos EUA estabeleceu uma parceria com a Northrop Grumman para desenvolver um sistema que permita transmitir energia solar, capturada em painéis em órbita, para estações na Terra.
Batizado de Solar Power Incremental Demonstration and Research Project (Projeto de Pesquisa e Demonstração Incremental de Energia Solar), o programa tem uma verba inicial de US$ 100 milhões. A idéia é usar uma constelação de painéis solares, com área total de mais de 900 metros quadrados, para captar a luz solar e convertê-la em radiação eletromagnética, como raios de microondas, que seriam transmitidos para estações no solo.
O posicionamento dos raios seria controlado eletrônicamente, para que a energia possa ser enviada exatamente para onde é necessária. O projeto é considerado estratégico para o Departamento de Defesa dos EUA, já que um dos principais desafios durante conflitos é o transporte de combustível para locais remotos nos campos de batalha. Atualmente ele é feito em comboios com escolta, o que incorre em altos custos operacionais e de pessoal.
Segundo a engenheira de sistemas Rachael Delaney, uma espaçonave em órbita recebe cerca de oito vezes mais energia solar do que um sistema em solo poderia receber. Com isso, seria possível gerar energia de forma constante, “independentemente do clima, latitude ou horário do dia”, diz ela.
Os campos de batalha não são o único uso em potencial. Segundo o Major Tim Allen, “esta tecnologia foi estudada pela primeira vez na década de 1960, e não tinha um bom custo-benefício. Mas agora iremos construir alguns experimentos para saber se este cenário mudou, e caso a produção em capacidade operacional seja iniciada, acredito que empresas estarão interessadas em imitar o que estamos fazendo e fornecer este meio de geração de energia comercialmente, e não apenas para os militares”.
Recentemente a Marinha dos EUA demonstrou outro meio de transmissão de energia sem fios, baseado em lasers, que conseguiu transmitir cerca de 400 Watts a uma distância de mais de 300 metros.
Fonte: Stripes