Pesquisadores da Universidade da Califórnia Irvine identificaram que estrelas da Via Láctea são arremessadas do centro para regiões mais periféricas da galáxia. A descoberta foi relatada em um estudo publicado nesta segunda-feira (20), na revista acadêmica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
De acordo com os cientistas o fenômeno acontece a partir de explosões em meio à aglomeração de supernovas no centro da Via Láctea. A energia liberada lança as estrelas para as aréolas mais distantes e, assim, são formadas distribuições difusas de sóis na galáxia.
Para identificar todo esse processo a pesquisa recorreu à simulações hiper realistas feitas por computadores do projeto FIRE (Feedback In Realistic Environments).”As simulações do FIRE-2 nos permitem assistir o processo como se estivéssemos observando a galáxia real”, disse Sijie Yu, principal autor da pesquisa, em comunicado à imprensa.
De acordo com o pesquisador, o movimento das estrelas mostra que, à medida que o centro da galáxia gira, é desenvolvida uma bolha impulsionada pelas explosões das supernovas, com estrelas se formando em sua borda. “Parece que as estrelas estão sendo expulsas do centro”, afirma Yu.
O estudo ainda aponta que todo esse processo pode oferecer explicações de como as galáxias se desenvolvem e expandem. Astrônomos defendem atualmente que as estrelas chegam às órbitas distantes durante o processo de formação das galáxias, em que pequenos grupos de estrelas são divididos diante da interferência de corpos maiores.
Para os pesquisadores da Universidade da Califórnia Irvine, no entanto, o feedback das supernovas pode ser responsável por até 40% das formações nas auréolas mais distantes. “É fascinante, porque quando várias grandes estrelas morrem, a energia resultante pode expelir gás, que por sua vez esfria, fazendo nascer novas estrelas”, disse James Bullock, autor sênior do projeto.
A pesquisa ainda defende que embora as conclusões tenham sido identificadas a partir de simulações da formação de galáxias, há também evidências no campo da observação de que estrelas se formam em fluxos de saída dos centros das galáxias para suas respectivas aréolas.
“Em gráficos que comparam dados da missão Gaia da Agência Espacial Europeia – que fornece um gráfico de velocidade 3D de estrelas na Via Láctea – com outros mapas que mostram densidade e metalicidade estelares, podemos ver estruturas semelhantes às produzidas pelas estrelas de saída da Via Láctea em nossas simulações”, disse Yu.
Fonte: Eureka