Um estudo publicado por pesquisadores da Hungria afirma ter identificado um meteorito marciano com possíveis evidências de vida bacteriana primitiva. O material foi encontrado no fim da década de 1970 na região da Antártida, e pode dar início a um longo e amplo debate quanto à existência de organismos vivos em outras planetas. E não é a primeira vez que essa discussão vem à tona.

Há mais de 20 anos, o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, sugeriu que a NASA teria encontrado um meteorito que poderia conter fósseis orgânicos. Naquele discurso, Clinton acendeu uma grande polêmica no universo científico: e hoje, o ALH-77005 chega para assumir o protagonismo neste debate.

Em comparação com o seu antecessor, o novo meteorito apresenta características que curiosamente lembram as bactérias oxidantes do ferro, um indício de assinatura de micróbios mineralizados e das alterações que eles promoveram na rocha. Os autores do estudo explicam que “as características da rocha se encaixam bem em cinco níveis hierárquicos (isótopo, elemento, molécula, mineral e textura) com características complexas de biogenicidade terrestre, e também com resultados vistos em outros meteoritos”.

A equipe teve auxílio da microscopia óptica e da datação de isótopos de carbono para chegar a uma conclusão extraordinária: bactérias marcianas podem ter vivido neste meteorito – um sinal de que a vida, mesmo em sua forma mais microscópica, pode ter sido uma realidade no planeta vermelho. Dessa forma, voltamos a um debate no qual nem a própria NASA se atreveu a entrar com mais profundidade.

De fato, a agência norte-americana continua estudando se o planeta vizinho teria capacidade de comportar vida microbiana há muito, muito tempo. O problema é que, por mais que estes resíduos na rocha possam parecer bactérias, é igualmente possível que eles não tenham se originado na vida – e prová-lo é extremamente difícil, se não impossível (ao menos atualmente). Essa é a razão pela qual a comunidade científica se dividiu neste tema, sendo muitos os que alertam que a mera presença de estruturas com formato de bactérias não é suficiente para comprovar nada.

Fonte: Gizmodo