Este é o primeiro asteroide interestelar a ser identificado no nosso sistema

Redação22/11/2017 11h21, atualizada em 22/11/2017 12h12

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Um grupo de pesquisadores publicou nesta semana, no periódio “Nature”, um estudo descrevendo pela primeira vez um asteroide interestelar. O objeto, apelidado de “Oumuamua” (uma palavra havaiana que significa “primeiro mensageiro a chegar de longe”), foi visto pela primeira vez em outubro deste ano, e tem um formato que lembra um charuto gigante.

O “Oumuamua” é um objeto especial, segundo a Universidade de Wisconsin-Madison, pois foi o primeiro asteroide observado por astrônomos cuja origem podia ser atribuída, sem nenhuma dúvida, a um sistema solar além do nosso. Ele tem um formato cilíndrico, como um charuto, com cerca de 400 metros de comprimento (cerca de quatro campos de futebol) por 40 metros de raio. O vídeo abaixo mostra mais do objeto:

De outros sóis

Segundo o gerente do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra da Nasa, “esse é um formato muito estranho. Nós não vemos isso no nosso sistema solar. Nenhum dos asteroides daqui têm esse formato, então é muito estranho [pensar em] como ele poderia ter obtido esse formato”. Além disso, ele tem coloração muito vermelha, o que indica que ele já está viajando pelo espaço há bastante tempo, e já recebeu não apenas a radiação do nosso sol, como também de outros sóis.

De acordo com o Space.com, os pesquisadores conseguiram determinar que o “Oumuamua” está há cerca de 200 milhões de quilômetros da Terra, e está se afastando de nós a uma velocidade de aproximadamente 138 mil quilômetros por hora com relação ao Sol. Por conta da trajetória dele ao chegar até nós e de velocidade com que ele chegou, entre outros fatores, os pesquisadores puderam determinar que ele se originou de outro sistema solar. O GIF abaixo mostra a trajetória dele pelo nosso sistema:

Visita breve

O telescópio da Nasa no Havaí chamado Pan-STARRS 1 foi o primeiro a avistar o objeto – daí seu apelido havaiano. Depois disso, diversas outras agências espaciais do mundo viraram seus telescópios para ele, incluindo o Very Large Telescope da agência espacial europeia ESO – que foi o primeiro telescópio a registrar a colisão de dois dóis.

É necessário que os telescópios obtenham o máximo possível de dados sobre o objeto o quanto antes, pois ele já está “de saída”, de acordo com a ESO. A observação desse objeto pode ajudar os cientistas a entender melhor como outros sistemas solares são formados, e a ter uma chance melhor de identificar outros objetos de outros sistemas.

Por ora, já foi possível concluir, por exemplo, que ele é um asteroide, e não um cometa. Isso porque ele não tem a nuvem de gás que cerca os cometas e forma uma trilha atrás deles. Além disso, segundo o estudo publicado nesta semana, ele prova que nossas “estimativas quanto à densidade de objetos interestelares eram pessimisticamente baixas”, o que deve nos ajudar a encontrar mais objetos como o “Oumuamua” no futuro.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital