Equipe totalmente feminina se prepara para missão histórica em ‘Marte’

Seis cientistas passarão duas semanas isoladas em um hábitat similar ao que seria usado em uma missão ao planeta vermelho. Objetivo é estudar como se comportam e trabalham no espaço
Rafael Rigues08/01/2020 13h48, atualizada em 08/01/2020 13h50

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No último sábado (4) um grupo de seis cientistas, parte do projeto Sensoria, iniciou uma histórica missão a ‘Marte’. A equipe ficará até o dia 18 de Janeiro em um hábitat isolado na encosta do vulcão Mauna Loa, no Havaí, análogo ao que seria usado em uma viagem ao planeta vermelho.

O objetivo é estudar como os membros se comportam, trabalham e realizam pesquisas no espaço, gerando dados importantes para as agências espaciais, que poderão pautar futuras missões a outros planetas. A missão, batizada de Sensoria I, é histórica, pois é a primeira vez que uma equipe totalmente feminina irá habitar o laboratório HI-SEAS.

“Esta é a primeira tripulação totalmente feminina no ‘habitat’ HI-SEAS”, disse Erin Bonilla, vice-comandante e oficial médico desta missão, à Space.com. Ela acrescentou que apoiar as mulheres é parte importante da visão das missões Sensoria, que visam “colocá-las na vanguarda da exploração espacial”, o que historicamente não é o caso.

Esta é apenas a primeira missão Sensoria e, embora as equipes não sejam todas compostas apenas por mulheres, elas sempre serão a maioria e as equipes serão definidas com foco na diversidade e inclusão.

No futuro, “Todas as nossas missões serão lideradas por mulheres e terão maioria feminina. É claro que receberemos de braços abertos nossos colegas homens, mas acreditamos que as mulheres precisam ser colocadas no centro de nossa visão compartilhada da exploração do espaço, e que necessitam de uma plataforma para desenvolvimento profissional, oportunidades de pesquisa e treinamento”, afirmou J.J. Hastings, bioengenheira e comandante da Sensoria I em declaração ao site Space.com.

As seis pesquisadoras, além dos participantes remotos que apoiarão a missão, são de diversas origens, com muitos deles participando de várias missões anteriores. “Essas missões de simulação são uma oportunidade”, disse Hastings, “de resolver alguns dos problemas que ainda temos para entender como tornar o espaço sustentável. Como todo mundo que trabalha no setor espacial sabe, tudo o que fazemos para resolver problemas no espaço pode ser aplicado na Terra “.

Em outras palavras, estudando e desenvolvendo soluções para problemas espaciais comuns, os pesquisadores podem aplicá-las aos problemas na Terra. Historicamente, toda uma série de tecnologias importantes foi desenvolvida com pesquisas originadas no programa Apollo, da Nasa.

Fonte: Space.com

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital