Divisão entre planetas do Sistema Solar pode ter nova explicação

Apesar de grande, Júpiter talvez não seja o único responsável pela ausência de planetas gigantes após o cinturão de asteroides. A diferença de pressão na formação do Sistema Solar pode ser a resposta
Renato Mota21/01/2020 17h36

20200121025153-1920x1080

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Nosso Sistema Solar é muito bem dividido. Primeiro, quatro planetas rochosos (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte), um cinturão de asteroides, e depois, quatro gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno). Até pouco tempo, o maior planeta da região era creditado como responsável por isso, mas um estudo publicado na Nature Astronomy traz outra possibilidade.

De acordo com os pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder, a “grande divisão” do nosso sistema solar teria origem em um disco protoplanetário que se formou em torno de nosso jovem sol há cerca de 4,5 bilhões de anos.  A pressão próximo à localização de Júpiter criou uma estrutura em anel que impediu que detritos dessa região atingissem a zona terrestre, mantendo uma separação de composição entre as duas zonas.

“O disco protoplanetário do nosso Sistema Solar em formação pode ter desenvolvido pelo menos um e provavelmente vários anéis, o que potencialmente desencadeou a formação dos planetas gigantes”, afirma o artigo, assinado pelos professores do Departamento de Ciências Geológicas, Ramon Brasser e Stephen Mojzsis.

A pesquisa foi possível com a ajuda de dados coletados de observações de jovens estrelas distantes pelo telescópio ALMA, no Chile. Vistos à luz infravermelha, esses sistemas são cercados por faixas de detritos que provavelmente contêm áreas alternadas de baixa e alta pressão de gás e poeira. Essas faixas concentram gravidade o suficiente para agrupar materiais e criar regiões distintas no sistema solar.

Até então, acreditava-se que Júpiter – e seu imenso campo gravitacional – era pelo vasto espaço vazio logo após o cinturão de asteroides. Porém, usando modelos gerados em computador, os pesquisadores observaram que, apesar de seu tamanho impressionante, Júpiter não era grande o suficiente para impedir que o material rochoso se movesse em direção ao sol.

Via MNN

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital