Consórcio liderado por brasileiros construirá radiotelescópio na Paraíba

Equipamento será usado para estudar traços de elementos como o Hidrogênio Neutro, na tentativa de entender mais sobre mistérios como a matéria escura
Rafael Rigues13/01/2020 15h23

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Um consórcio internacional composto por entidades brasileiras e estrangeiras irá construir um radiotelescópio no interior da Paraíba que será usado para procurar traços de elementos como o hidrogênio neutro, parte da busca pela compreensão de mistérios do universo como a matéria escura.

Batizado de BINGO (Baryon Acoustic Oscillations in Neutral Gas Observations, ou Oscilações Acústicas de Bárions em Observações de Gases Neutros), o radiotelescópio é composto por duas antenas, uma de 34 e outra de 40 metros de diâmetro, que juntas cobrem uma área maior do que um campo de futebol. Será construído perto de Aguiar, na Paraíba, uma região escolhida pelo menor risco de interferência eletromagnética de fontes como torres de celular e sistemas de controle de tráfego aéreo.

O projeto está sendo financiada pela FAPESP (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo). A construção começará neste ano, com início das operações previsto para 2022. Empresas de São José dos Campos serão responsáveis pela construção da estrutura, dos receptores e das antenas parabólicas. A operação e testes do equipamento também estarão a cargo dos brasileiros.

Outros países também participam da empreitada. Segundo Carlos Alexandre, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial) e um dos líderes do projeto, “A concepção original é inglesa, os amplificadores são ingleses e uma boa parte do software foi desenvolvida em Manchester e agora estamos atualizando. A equipe de Zurique contribuiu com uma parte que vai fazer uma decomposição espectral do sinal, que é crítica. Da África do Sul vem software de análise de dados. A China contribuiu com mais ou menos R$ 1 milhão em componentes eletrônicos

Os dados produzidos pelo equipamento serão de propriedade do consórcio internacional até a publicação dos resultados científicos. A partir deste ponto, serão liberados para toda a comunidade interessada no Brasil e no mundo.

Fonte: UOL

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital