Cientistas acham microorganismos nas profundezas da crosta terrestre

Diversos tipos de microorganismos foram encontrados vivendo em camadas de magma resfriado a 750 metros abaixo do fundo do oceano
Rafael Rigues12/03/2020 17h35

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Uma equipe internacional de pesquisadores do Woods Hole Oceanographic Institute (WHOI), nos EUA, e da Universidade Tongji, na China, encontrou microorganismos vivendo nas profundezas da crosta terrestre, 750 metros abaixo do fundo dos oceanos. Os resultados foram compilados em um estudo publicado na revista Nature.

A equipe explorou uma cordilheira no Oceano Índico conhecida como Atlantis Bank. Lá, magma subindo através de uma falha geológica empurra partes profundas da crosta terrestre para cima, expondo-as ao oceano. Isso dá aos cientistas acesso fácil a uma camada geológica que normalmente está enterrada sob as camadas de basalto que formam a parte externa da crosta.

Analisando amostras de “gabbro”, magma resfriado, coletada a 750 metros abaixo do fundo do oceano, os pesquisadores encontraram uma diversa variedade de microorganismos como uma cianobactéria extremófila (que vive sob condições inóspitas à maioria dos organismos vivos) chamada Chroococcidiopsis e vários tipos de Pseudomonas, bactérias conhecidas por serem capazes de metabolizar energia de diversas formas.

Reprodução

Muitos extremófilos são autótrofos, organismos que produzem sua própria comida, como micróbios capazes de metabolizar metano ou hidrogênio e deles extrair a energia necessária para a vida. Mas pelo menos alguns dos microorganismos encontrados não são auto-suficientes.

Analisando atividade enzimática e características genéticas, os pesquisadores determinaram que eles se alimentam de matéria orgânica, como restos de aminoácidos e gorduras transportados pela água através de fissuras na crosta.

Não está claro se há presença de vida em outras regiões desta camada geológica, já que elas não teriam aos nutrientes transportados pela água como em Atlantis Bank. Entretanto, a descoberta amplia o escopo do “ciclo do carbono” em nosso planeta.

Fonte: Science Alert

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital