Choque de meteoro gigante há 12 mil anos quase acabou com a humanidade

Evento teria causado resfriamento em escala global, o que resultou na extinção de várias espécies e influenciou a evolução da humanidade
Rafael Rigues07/10/2019 14h29

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Cientistas na África do Sul encontram evidências que suportam a teoria de que um choque de meteoros contra nosso planeta há cerca de 12.800 anos foi responsável por mudanças climáticas súbitas que levaram à extinção em massa da megafauna no Pleistoceno e influenciaram a evolução da humanidade.

Batizada de “Hipótese de impacto no Dryas recente”, a teoria estipula que fragmentos de um imenso meteoro com cerca de 4 km de comprimento, apelidado de “Cometa Clóvis”, atingiram regiões da América do Norte, Europa e Ásia. Isso teria causado uma súbita variação climática, iniciando uma “mini era do gelo” que levou à extinção da megafauna (como preguiças gigantes e mamutes) e causou o fim de uma das primeiras culturas humanas nas Américas, a chamada “Cultura Clóvis”.

Analisando depósitos minerais em um local chamado Wonderkrater, na África do Sul, um grupo de pesquisadores liderado por Francis Thackeray do Instituto de Estudos Evolutivos da Universidad de Witwatersrand em Johannesburgo, África do Sul, encontrou sinais de um “pico” súbito na quantidade de platina no solo há 12.800 anos. Tais picos são sinais comuns de colisões com meteoros.

Segundo os cientistas, a descoberta em Wonderkrater coincide com eventos similares em 25 outros locais em todo o mundo (a maioria no hemisfério norte), o que reforça a hipótese de um grande impacto. A poeira e fuligem levantada por este evento seria suficiente para bloquear a luz do sol por décadas, fazendo com que as temperaturas despencassem: estudos mostram que neste período a temperatura média na Inglaterra era de -5 ºC.

As mudanças causadas pelo impacto também influenciaram a humanidade. A evidências de que o surgimento da agricultura no leste do mediterrâneo tenha ocorrido nesta época, como uma forma de garantir a subsistência de populações diante da menor quantidade de caça e vegetação silvestre.

Fonte: El Comercio

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital