Lembra quando os cientistas detectaram, pela primeira vez, onda gravitacionais resultantes da colisão de dois buracos negros? Foi um dos grandes acontecimentos da ciência em 2016, e confirmou uma grande parte da Teoria da Relatividade geral de Albert Einstein um século depois de ele a ter escrito. No ano seguinte, foi registrada outra colisão, mas de duas estrelas de nêutrons, um evento que aparentemente não é tão raro assim no universo.  

Em 25 de abril de 2019, o pessoal do LIGO (sigla em inglês para Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser) captou o que parecia ser ondulações gravitacionais de uma colisão de duas estrelas de nêutrons. Diferente do primeiro registro, essa nova colisão não gerou qualquer luz, mas sim um objeto com uma massa extraordinariamente alta.

Os dados do LIGO revelam que a massa combinada dos corpos mesclados na última detecção é cerca de 3,4 vezes a massa do nosso sol. Em nossa galáxia, os sistemas binários conhecidos de estrelas de nêutrons possuem massas combinadas de até 2,9 vezes a do sol.

A observação anterior, realizada em agosto de 2017, fez história por ter sido primeira vez que ondas e luz gravitacionais foram detectadas a partir do mesmo evento cósmico. O novo registro, de acordo com o professor da Universidade de Maastricht, na Holanda, Jo van den Brand, é “novo começo empolgante” para a astronomia de “múltiplos mensageiros” – quando diferentes tipos de sinais são testemunhados simultaneamente, como os baseados em ondas gravitacionais e luz.

A partir de observações convencionais com luz, já conhecíamos 17 sistemas binários de estrelas de nêutrons em nossa própria galáxia. Estrelas de nêutrons são os remanescentes de estrelas moribundas que sofrem explosões catastróficas à medida que entram em colapso no final de suas vidas. Quando duas estrelas de nêutrons espiralam juntas, elas passam por uma fusão violenta que envia ondas gravitacionais através do tecido do espaço e do tempo.

Via Digital Trends/LIGO