Cientistas do Departamento de Energia do Centro de Aceleração Linear de Stanford (SLAC) criaram a maior câmera digital do mundo para tirar foto de um brócolis. A equipe está trabalhando na construção do dispositivo que será usado no telescópio do Observatório Vera C. Rubin, no Chile. O aparelho possui 189 detectores que lhe dão uma resolução de 3.200 megapixels – a maior já registrada em uma única foto.

Para que uma pessoa pudesse visualizar uma imagem desse tipo, ela necessitaria de 378 TVs 4K funcionando juntas em uma única tela. Com uma resolução dessas, seria possível enxergar uma pequena bola de golfe a 24 quilômetros de distância.

O plano focal possui propriedades realmente incríveis. Têm extraordinários 3.200 megapixels, porém, cada um desses pixels, além de serem muito pequenos – cerca de 10 mícrons de largura – são bastante amplos, variando em apenas um décimo da largura de um cabelo humano, com 60 centímetros de largura. Em comparação, são 17 vezes maior que o plano de uma câmera comum. O tamanho é suficiente para capturar uma parte do céu equivalente ao tamanho de 40 luas cheias.

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O plano focal completo da futura câmera LSST tem mais de 2 pés de largura e contém 189 sensores individuais que produzirão imagens de 3.200 megapixels. Imagem: Jacqueline Orrell/SLAC National Accelerator Laboratory

Por que brócolis?

Os cientistas realizaram o teste utilizando uma caixa escura de metal com um pequeno orifício no topo e com algumas luzes por dentro. O oposto de uma câmera pinhole, que é uma máquina fotográfica sem lente e é usada para se referir um tipo de fotografia prática e simples que utiliza uma caixa qualquer em que a luz penetre por um pequeno buraco.

Dentro da caixa, decidiram colocar um brócolis romanesco. E por quê? “Pensamos que ficaria legal”, afirmou Aaron Roodman, cientista responsável pela montagem e teste da câmera.

Para o diretor do Observatório, Steven Khan, o teste foi considerado um sucesso. “A conclusão do plano focal da câmera é uma grande vitória da equipe que permitirá que o Observatório Rubin forneça ciência astronômica para a próxima geração”, acrescentou.

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Uma das primeiras imagens fotografadas pela nova câmera, estava o brócolis romanesco escolhida por ter uma textura bastante detalhada. Imagem: Jacqueline Orrel/SLAC National Accelerator Laboratory

Os cientistas esperam conseguir instalar a câmera no telescópio até o outono de 2022, mas o prazo para que ela fique pronta para todos os testes é 2021. Entretanto, ao invés de ser usada para tirar fotos de um brócolis, ela será utilizada para observar o universo em seu campo amplo, de quase todo o céu noturno, em seis bandas diferentes.

Fonte: Futurism