Brasileiro é homenageado por seu trabalho no LHC

Thiago Tomei faz parte da equipe do CMS, um dos detectores que compõem o Large Hadron Collider, o maior acelerador de partículas do mundo
Rafael Rigues17/02/2020 17h43

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O físico brasileiro Thiago Tomei, do Núcleo de Computação Científica (NCC) da Unesp e do São Paulo Research and Analysis Center (SPRACE), recebeu recentemente um prêmio em reconhecimento de seu trabalho no Compact Muon Solenoid Collaboration (CMS), um dos detectores de partículas que compõem o Large Hadron Collider (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo.

O prêmio é concedido é a acadêmicos que se destacam por suas contribuições significativas e duradouras aos componentes dos experimentos CMS no LHC, com os quais a Unesp colabora por meio do SPRACE.

Thiago é colaborador do CMS há 12 anos, sempre trabalhando na área de ‘trigger’, componente do experimento que avalia, em tempo real, quais eventos são interessantes e devem ser gravados para análise e quais podem ser descartados.

Atualmente, o pesquisador brasileiro lidera o grupo de upgrade do trigger para a Fase 2 do LHC, ou seja, para a quarta e quinta etapas de coleta de dados do colisor de partículas. Nestas etapas, com previsão para início em 2027 e 2031, respectivamente, o LHC terá uma maior luminosidade. Com maior quantidade de dados para analisar, a seleção dos eventos torna-se uma tarefa ainda mais complexa.

“Nas primeiras etapas de coleta de dados, tínhamos geralmente por volta de 50 eventos ocorrendo simultaneamente”, explicou Tomei. “Na Fase 2 do LHC, esse número aumentará para duas centenas”.

O LHC é um instrumento que pode nos ajudar a entender a origem do universo, e um dos grandes mistérios sobre sua composição. A Física prevê que o Big Bang produziu quantidades iguais de matéria, da qual somos feitos, e de antimatéria. Porém, o Universo hoje é feito quase inteiramente de matéria – então, para onde foi toda a antimatéria?

A tarefa do LHC é colidir prótons a velocidades inimagináveis, criando partículas pesadas de matéria e antimatéria que se decompõem em partículas mais leves, muitas das quais nunca antes vistas. O LHC mostrou que a matéria e a antimatéria decaem em taxas ligeiramente diferentes e isso é parte da jornada para explicar por quê vemos uma assimetria na natureza.

Fonte: Sprace

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital