Um novo estudo da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, aponta que os níveis de acidez nas águas do Pacífico na costa noroeste do país estão causando danos a uma espécie de caranguejos encontrada na região.
Segundo a pesquisa, publicada no periódico Science of the Total Environment, o problema afeta principalmente a carapaça e órgãos sensoriais das larvas da espécie Dungeness. A acidez do ambiente está dissolvendo a casca dos filhotes e provocando anomalias na formação dos exoesqueletos. Caranguejos expostos ao problema apresentaram carapaças menores do que de larvas de outras espécies. A situação pode comprometer as habilidades motoras dos animais e deixá-los mais vulneráveis a predadores.
As alterações no pH do ambiente também danificam os canais por onde os mecanorreceptores surgem nas cascas dos animais. Esses órgãos são responsáveis por detectar estímulos químicos e mecânicos fundamentais que auxiliam os caranguejos a viver no meio-ambiente. Em alguns casos, a acidez da água pode provocar até a perda desses sensores.
Com a descoberta, os pesquisadores levantaram a hipótese de que os danos causados aos mecanorreceptores podem ser a causa de diversos comportamento incomuns observados em outros crustáceos expostos a ambientes excessivamente ácidos, como a perda de tato, mobilidade e orientação.
De acordo com cientistas, ainda são necessários novos estudos para determinar se os danos causados pela acidez da água nas larvas do caranguejo podem interferir na reprodução do animal e quais consequências podem ter sobre a população dos crustáceos.
“Se essas larvas precisam gastar tanta energia para reparar o seu exoesqueleto, que são menores por conta disso, a porcentagem dos que atingiram a vida a dúvida será, na melhor das hipóteses, variável, e provavelmente diminuirá a longo prazo”, disse Bednarsek, uma das pesquisadoras do projeto.
Fonte: NOAA