Nasa vai deixar de usar apelidos racistas para objetos cósmicos

'Nebulosa do Esquimó' e 'Gêmeas Siamesas' são alguns dos termos que serão abandonados; agência vai usar as designações oficiais da União Astronômica Internacional em vez de apelidos inapropriados
Rafael Rigues13/08/2020 13h32, atualizada em 13/08/2020 13h35

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Objetos cósmicos como planetas, cometas, estrelas, galáxias e nebulosas, entre muitos outros, tem nomes definidos pela União Astronômica Internacional (IAU – International Astronomical Union). Entretanto, agências como a Nasa frequentemente dão a estes objetos “apelidos” para facilitar a comunicação com o público. Infelizmente, alguns destes apelidos tem conotação racista, por isso serão abandonados pela agência.

É o caso de NGC 2392, apelidado de “Nebulosa do Esquimó”. O termo Esquimó é visto como tendo uma conotação racista, tendo sido imposto pelos colonos brancos à população indígena das regiões árticas.

Outro exemplo é NGC 4567 e NGC 4568, um par de galáxias espirais no aglomerado de Virgem apelidadas de “gêmeas siamesas”. “De agora em diante, a Nasa vai usar apenas as designações oficiais da IAU nos casos em que os apelidos sejam inapropriados”, disse a agência espacial em um comunicado.

“Eu apoio nossa reavaliação dos nomes pelos quais nos referimos aos objetos astronômicos”, diz Thomas Zurbuchen, administrador adjunto da Diretoria de Missões Científicas da Nasa. “Nosso objetivo é que todos os nomes estejam alinhados com nossos valores de diversidade e inclusão, e iremos trabalhar proativamente com a comunidade científica para nos certificar disso. A ciência é para todos, e todas as facetas de nosso trabalho devem refletir estes valores”.

A agência afirma que irá trabalhar com especialistas em diversidade, inclusão e igualidade nas ciências físicas e astronômicas para oferecer orientações e recomendações para outros apelidos e termos a serem revistos.

Fonte: Nasa, Foto: NASA, ESA, Hubble, Chandra, CC-BY-2.0

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital