Nasa anuncia vencedores de competição para exploração de Vênus

Sensores são baseados em componentes puramente mecânicos, capazes de sobreviver à temperatura e pressão infernais na superfície do planeta
Rafael Rigues13/07/2020 16h14

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A Nasa anunciou os vencedores de uma competição para o design de sensores para um veículo (rover) capaz de sobreviver às condições infernais na superfície de Vênus.

Devido à extrema temperatura (464 ºC em média) e pressão (92 vezes a da Terra) na superfície, Vênus é um local extremamente inóspito para componentes eletrônicos. O objetivo do concurso era construir um sistema de sensores mecânicos e passivos, que ajudem o rover AREE (Automaton Rover for Extreme Environments, Rover Autômato para Ambientes Extremos) a navegar pelo ambiente ao seu redor.

Segundo a agência espacial, a resposta dos participantes foi “tão incrível” que além dos três primeiros colocados, outros 10 projetos receberam uma menção honrosa. O primeiro lugar, com um prêmio de US$ 15 mil (R$ 80 mil), ficou com o Venus Feelers, do arquiteto e designer de produto egípcio Youseef Ghali.

O sensor usa dois braços móveis com três rodas montadas na ponta (como um fidget spinner) detectar buracos, barrancos e rochas. Tudo é feito com rolamentos, alavancas, molas e eixos flexíveis. Confira o funcionamento no vídeo abaixo:

O segundo lugar, com um prêmio de US$ 10 mil (R$ 53 mil), ficou com a “Team Rovetronics” dos EUA, que criou uma espécie de braço mecânico que acompanha o contorno do terreno à frente do veículo, como mostrado no vídeo abaixo. O terceiro colocado e US$ 5 mil (R$ 26,7 mil) ficaram com Callun Heron e seu Direction Biased Obstacle Sensor (DBOS).

Além destes, Kob Art, da Latvia, levou US$ 2 mil (R$ 10,7 mil) pelo “melhor protótipo” com seu sistema AMII, que conceitualmente parece similar ao Venus Feelers (veja vídeo abaixo). Outros US$ 2 mil foram para Matthew Reynolds com o “ECHOS”, que usa um “sonar mecânico” para detectar obstáculos.

Apesar de ser mais próximo do que Marte, Vênus é pouco explorado, já que sua densa atmosfera impede mesmo observações diretas via satélite. O recorde de permanência na superfície foi de 127 minutos com a sonda soviética Venera 13, em 1982, que foi destruída pelo ambiente. A NASA espera que o AREE dure “meses”.

 Fonte: Engadget

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital