A NASA pode ter em mãos um novo propulsor que parece desafiar as leis da física, mais especificamente, a terceira lei de Newton, que diz que cada ação tem uma reação de mesmo valor, na mesma direção e em sentido oposto. Chamado EmDrive, ele é um sistema de propulsão hipotético que, na prática, não deveria funcionar por ferir tudo que se ensina em qualquer livro de ciência.

A agência espacial publicou um artigo científico, revisado pelos pares da comunidade científica, que indica que a teoria, proposta inicialmente em 2006, é plausível. Que fique claro: o fato de ter sido revisado não significa que esteja comprovado, mas sim que o processo empírico e teórico por trás do artigo é aceitável.

O propulsor propõe uma nova forma de propulsionar espaçonaves, usando ondas eletromagnéticas. No artigo, os cientistas da NASA, no Laboratório de Pesquisas Avançadas de Física de Propulsão, disseram que conseguiram produzir 1,2 milinewton por quilowatt de propulsão no vácuo. Não é muito, no entanto, já que outros propulsores chegam a alcançar 60 mN/kW.

Mas é aí que entra a questão da impossibilidade. Enquanto outros propulsores usam combustível, efetivamente queimando líquidos e gerando gases como resultado da combustão, o modelo do EmDrive não tem nada disso. Bastaria apenas uma fonte de energia, como o Sol, para criar as ondas eletromagnéticas, sem a necessidade de nenhum propelente.

Como explica o Phys.org, o EmDrive vai contra a física convencional justamente por trazer cavidades de microondas eletromagnéticas, que convertem a energia elétrica em impulso sem deixar para trás uma massa de reação.

Ainda existem muitas questões sobre a validade do artigo e do conceito científico como um todo, e mais testes precisam ser feitos para sabermos se a teoria da NASA será validada ou refutada. Mas, supondo que este propulsor impossível seja, de fato, viável, ele poderia revolucionar as viagens espaciais, já que se estima que a tecnologia seria capaz de alcançar velocidade o bastante para chegar à Lua em 4 horas, a Marte em 70 dias e até Plutão em apenas 18 meses. Para comparação, a sonda New Horizons levou 9 anos para chegar ao ex-planeta. No entanto, o resultado apresentado no artigo está muito longe alcançar esta velocidade.

Via Wired