Um grande meteoro de brilho intenso foi visto no céu do Sertão de Pernambuco, a cerca de 400 quilômetros da capital Recife, na noite desta quarta-feira (15). Segundo a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), o fenômeno aconteceu às 18h59 (do horário de Brasília) e surgiu entre Carnaíba, Sertão de Pernambuco, e Princesa Isabel, Sertão da Paraíba.

Chamado de bólido, o fenômeno acontece quando um meteoro brilhante explode na atmosfera da Terra. “O objeto, o clarão que foi visto, foi com certeza um meteoro. Quando ele é muito brilhante, nós também chamamos de bólido. Esse tipo de fenômeno se forma quando um fragmento de rocha espacial atinge a atmosfera da Terra em uma velocidade muito elevada. Devido à essa alta velocidade, o gás atmosférico na frente dessa rocha acaba aquecendo e esse aquecimento gera o brilho que a gente vê e também faz com que esse fragmento de rocha acabe se vaporizando”, explicou Marcelo Zurita, diretor técnico da Bramon.

Neste caso, após aparecer no céu de Pernambuco, o bólido seguiu na direção sudeste e desapareceu na região sul de Arcoverde, município que se localiza no Sertão pernambucano. Jaciara Costa, estudante que mora no município de Matureia, no Sertão da Paraíba, presenciou o fenômeno. “Eu estava na calçada e vi um clarão no céu, uma bola de fogo. Em seguida, escutei um barulho. Se não observasse direito, parecia um avião caindo. Foi bem rápido”, contou Costa.

Por ora, a Bramon ainda não sabe a órbita em que ocorreu o bólido ou a massa do meteoro. “No caso de ontem, a gente ainda não calculou o tamanho e a massa, mas acreditamos que tenha sido um pedaço de rocha de meio metro. E, pelas imagens, a gente acredita que alguns fragmentos dessa rocha tenham resistido à passagem atmosférica, chegando ao solo. Esses fragmentos nós chamamos de meteorito”, afirmou Zurita. As pesquisas acerca do fenômeno devem ser retomadas nesta quinta-feira (16).

Antônio Carlos, funcionário público e morador do município pernambucano de Sertânia, a 87 quilômetros de Carnaíba, relatou que “o barulho da explosão foi fora do normal, maior que um trovão”. Ainda de acordo com o funcionário público, ele e seu pai só descobriram que se tratava de um meteoro quando viram as notícias nas redes sociais.

Não há por que se preocupar

Em entrevista ao portal G1, Thiago Signorini, doutor em astrofísica e professor de astronomia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explicou que o fenômeno é comum. “Acontecem alguns milhares [de bólidos] por ano, mas a gente nem sempre consegue detectar eles”, disse Signorini. “Nesse caso, acabou chamando muita atenção porque foi visto em algumas regiões, em várias cidades no Nordeste. Mas são coisas relativamente comuns, não representam qualquer risco. Qualquer meteoro que pudesse apresentar risco, seria detectado antes de chegar à Terra”, tranquilizou o astrofísico.

Via: G1