Japão autoriza missão para coletar amostras de lua de Marte

Missão MMX entra agora em fase de desenvolvimento; lançamento deve acontecer em 2024 e deverá ser a primeira viagem de ida e volta ao sistema marciano
Vinicius Szafran20/02/2020 21h53, atualizada em 20/02/2020 23h02

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A missão de exploração MMX (Martian Moons Exploration), da agência espacial japonesa (JAXA), recebeu autorização do governo japonês para seguir em desenvolvimento. Isso significa que agora a missão de exploração de Marte entrará oficialmente em fase de produção, com o desenvolvimento de hardware e software específicos. Anteriormente, a MMX estava na fase de pré-projeto, com foco em análises e pesquisas.

A missão tem como objetivo coletar amostras de apenas dez gramas da superfície de Phobos, um dos satélites naturais de Marte, e trazê-las para a Terra. Se isso acontecer, será a primeira sonda da história a viajar até o planeta vermelho, recuperar amostras e retornar para a Terra.

A ideia por trás da MMX é projetar um mapa detalhado das duas luas de Marte, Phobos e Deimos. Para isso, a nave terá 11 equipamentos diferentes, tanto para analisar a superfície quanto para coletar amostras mais abaixo do solo. Quatro deles serão fornecidos por parcerias com outras agências espaciais, como a ESA e a Nasa. A previsão é que a MMX seja lançada em 2024, e leve três anos para concluir sua tarefa.

Os cientistas querem entender mais detalhes sobre a evolução de Marte, a formação de suas luas e seu campo gravitacional. Até o momento, não se sabe se Phobos e Deimos estão presas pela gravidade do planeta ou se elas o integravam e acabaram se separando após um evento violento. Phobos tem 23 quilômetros de diâmetro, enquanto Deimos, 12. Sua semelhança com asteroides levanta debates sobre sua formação e composição.

Essa é uma missão crucial para uma possível colonização de Marte. Os pesquisadores buscam mais detalhes sobre como era a atmosfera do planeta no passado. Suspeita-se que seu ambiente era similar ao da Terra, o que ajudaria a confirmar a existência de oceanos na superfície marciana. Porém, primeiro é preciso compreender a origem dessa água.

Os planetas rochosos de nosso Sistema Solar supostamente estão muito próximos do Sol para reter compostos voláteis durante a sua formação. Por isso, a suspeita é de que a água e os materiais orgânicos tenham chegado até esses planetas após impactos de cometas e asteroides.

A MMX é o próximo passo na exploração de pequenos corpos celestes feita pela JAXA. No passado, a agência espacial japonesa já explorou dois asteroides com sucesso, um com a sonda Hayabusa (no asteroide Itokawa), e Hayabusa2, que está retornando à Terra após coletar amostras da superfície de Ryugu.

Ambas as luas são consideradas como possíveis locais para bases humanas no sistema marciano. A sonda MMX fará os testes e demonstrará a tecnologia necessária para entrar e sair do campo gravitacional de Marte, além de medir a radiação do ambiente.

Via: Futurism

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital