Ao longo dos últimos 12 anos, cientistas vêm encontrando sinais que chamam de rajadas rápidas de rádio, ou FRBs (Fast Radio Bursts, sigla em inglês). Mas, até o momento a identificação delas só acontecia quando os astrônomos estudavam dados de observações astronômicas anteriores. Agora, pela primeira vez, os poderosos flashes de ondas de rádio foram captados no momento que chegaram à Terra.

O doutorando Wael Farah, da Universidade de Tecnologia Swinburne, na Austrália, desenvolveu um sistema automatizado que usa aprendizado de máquina para capturar esse fenômeno em tempo real. O primeiro foi detectado em 2007, dentro dos dados de observações registradas em 2001; e a maioria das outras detecções também foi feita a partir da análise posterior de dados.

Pouco se sabe sobre as FRBs, apenas que se originam de fontes do outro lado do Universo — aqui falamos de bilhões de anos-luz de distância — e que duram apenas frações de segundo. 

Farah disse que parte de sua motivação para estudar as Rajadas Rápidas de Rádio é elas podem ser usadas para estudar as partes mais escuras do Cosmos, os espaços entre galáxias, que são quase impossíveis de ver. “É fascinante descobrir que um sinal que viajou pela metade do Universo, alcançando nosso telescópio depois de uma jornada de alguns bilhões de anos, exibe uma estrutura complexa, como picos separados por menos de um milissegundo”, disse ele. 

O sistema de Farah foi usado no Observatório de Rádio Molonglo, na Austrália, e já identificou cinco FRBs, incluindo uma das mais poderosas e amplas já captadas. Os detalhes foram publicados em julho deste ano no Monthly Notices of the Astronomical Society.

“O sistema de detecção em tempo real de Molonglo nos permite explorar completamente sua alta resolução de tempo e frequência e investigar propriedades das FRB que antes eram impossíveis de obter”, disse o líder do projeto, Matthew Bailes.

Possíveis explicações para FRBs variam de poderosos pulsares a alienígenas. Agora, com uma inteligência artificial dedicada, o mistério está um passo mais próximo de ser resolvido. 

Via: Cnet