Enquanto os governantes discutem se seus países devem ou não ajudar na preservação do meio ambiente, algumas empresas começaram a contribuir com a recuperação da natureza por conta própria.
O Google, a Nasa e diversas empresas e organizações se uniram ao fotógrafo subaquático Richard Vevers para salvar a Grande Barreira de Coral, na Austrália. Em 2014, Vevers tirou algumas fotos dos corais coloridos, mas, quando voltou para a região no ano seguinte, percebeu que eles estavam ficando brancos – o que significa que a vida marinha daquele coral está morrendo por conta do aquecimento global.
Conforma relata o CNET, o fotógrafo, que comanda um grupo de defesa da vida marinha chamado The Ocean Agency, percebeu que as pessoas não se importavam muito com o branqueamento dos corais porque não tinham fácil acesso a eles. Por isso, ele se associou ao Google para levar o Street View até o fundo do oceano.
Ele então projetou uma espécie de scooter de nível militar com uma câmera subaquática para tirar milhares de fotografias do local. Essas fotos, por sua vez, foram processadas por um software de reconhecimento de imagem para mostrar os efeitos da mudança climática.
“Assim que desenhamos essa tecnologia, os cientistas perceberam que isso poderia revolucionar o estudo dos recifes de corais”, explica o fotógrafo. Foi quando outros grupos ambientas começaram a juntar esforços.
O grupo de guardas indígenas Yuku Baja Muliku Rangers, por exemplo, usa drones para monitorar a saúde do recife e mapear a região – que abrange uma área de 2.300 quilômetros ao longo da costa leste da Austrália e abriga aproximadamente 9.000 espécies. Já uma equipe da Universidade de Sydney usa câmeras GoPro para tirar fotos em alta resolução do complexo marinho, enquanto o biólogo marinho Johnny Gaskell usou o Google Maps para encontrar uma área de coral saudável, que está protegida do branqueamento.
Os pesquisadores da Universidade James Cook e da Universidade de Sydney também criaram um modelo 3D computadorizado de toda a Grande Barreira de Corais usando um sonar para calcular a profundidade da água. A precisão dos modelos 3D ajuda a entender os riscos naturais e as características do fundo do mar, por isso, também é usado um sistema conhecido como LADS (Laser Airborne Depth Sounder), que usa luzes ao invés de sons para medir a profundidade.
Além disso, a Nasa e a agência científica CSIRO, da Austrália, criaram o projeto CORAL, um sistema que permite identificar os recifes de corais saudáveis, diferenciando-os dos que não estão saudáveis.