Explosões estelares podem tornar inóspitos planetas em zonas habitáveis

Radiação extrema, emanada pelas estrelas, pode destruir as condições de planetas sem proteção magnética ou com atmosfera densa
Vinicius Szafran16/12/2019 20h48, atualizada em 16/12/2019 21h55

20191216062021

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um novo artigo publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society Letters pode atrapalhar os planos de quem busca um exoplaneta habitável e possível substituto para à Terra. O estudo de um astrônomo sugere que exoplanetas que se encontram dentro da chamada “zona habitável” das estrelas podem, na verdade, tornar-se menos habitáveis devido às explosões de radiação.

A zona habitável é uma região em torno de estrelas que é próxima o bastante para que a água na superfície seja líquida, mas distante o suficiente para que ela não evapore. Tradicionalmente, as pesquisas por planetas habitáveis semelhantes à Terra têm se concentrado nessa região, partindo da suposição de que a água líquida seja um pré-requisito para a maioria das formas de vida como a conhecemos. No entanto, essa suposição foi questionada recentemente, com a descoberta de que, mesmo os planetas fora dessa zona, poderiam ser capazes de sustentar a vida.

Reprodução

A nova pesquisa também questiona a viabilidade da zona habitável, apontando o perigo para a vida de erupções de estrelas próximas. Se um planeta estiver próximo de sua estrela, estará sujeito a explosões perigosas de radiação quando o astro brilhar. Um planeta pode ser protegido contra essa radiação se tiver uma atmosfera espessa o suficiente ou blindagem magnética como à Terra. No entanto, sem essas proteções, a vida no planeta estaria sob extrema ameaça.

Para descobrir como as explosões são perigosas para a vida potencial em planetas próximos, o pesquisador Dimitri Atri analisou 70 eventos de erupção, observados entre 1956 e 2012, e simulou como eles teriam interagido com as atmosferas planetárias. Ele descobriu que as labaredas poderiam aumentar drasticamente os níveis de radiação na superfície dos planetas e que condições potencialmente habitáveis seriam destruídas por esse aumento.

“À medida que continuamos a explorar os planetas do sistema solar e além, descobrir se esses planetas conseguem sustentar a vida continua sendo de imensa importância”, disse o pesquisador em comunicado. “Mais progresso nessa área melhorará nossa compreensão da relação entre eventos solares extremos, dose de radiação e habitabilidade planetária”.

Via: Digital Trends

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital