Um novo artigo publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society Letters pode atrapalhar os planos de quem busca um exoplaneta habitável e possível substituto para à Terra. O estudo de um astrônomo sugere que exoplanetas que se encontram dentro da chamada “zona habitável” das estrelas podem, na verdade, tornar-se menos habitáveis devido às explosões de radiação.
A zona habitável é uma região em torno de estrelas que é próxima o bastante para que a água na superfície seja líquida, mas distante o suficiente para que ela não evapore. Tradicionalmente, as pesquisas por planetas habitáveis semelhantes à Terra têm se concentrado nessa região, partindo da suposição de que a água líquida seja um pré-requisito para a maioria das formas de vida como a conhecemos. No entanto, essa suposição foi questionada recentemente, com a descoberta de que, mesmo os planetas fora dessa zona, poderiam ser capazes de sustentar a vida.
A nova pesquisa também questiona a viabilidade da zona habitável, apontando o perigo para a vida de erupções de estrelas próximas. Se um planeta estiver próximo de sua estrela, estará sujeito a explosões perigosas de radiação quando o astro brilhar. Um planeta pode ser protegido contra essa radiação se tiver uma atmosfera espessa o suficiente ou blindagem magnética como à Terra. No entanto, sem essas proteções, a vida no planeta estaria sob extrema ameaça.
Para descobrir como as explosões são perigosas para a vida potencial em planetas próximos, o pesquisador Dimitri Atri analisou 70 eventos de erupção, observados entre 1956 e 2012, e simulou como eles teriam interagido com as atmosferas planetárias. Ele descobriu que as labaredas poderiam aumentar drasticamente os níveis de radiação na superfície dos planetas e que condições potencialmente habitáveis seriam destruídas por esse aumento.
“À medida que continuamos a explorar os planetas do sistema solar e além, descobrir se esses planetas conseguem sustentar a vida continua sendo de imensa importância”, disse o pesquisador em comunicado. “Mais progresso nessa área melhorará nossa compreensão da relação entre eventos solares extremos, dose de radiação e habitabilidade planetária”.
Via: Digital Trends