Uma reportagem do New York Times revelou nesta semana um segredo do governo dos Estados Unidos. Por cinco anos, o país financiou um programa do Pentágono montado para investigar aparições de objetos voadores não-identificados (OVNIs) no espaço aéreo norte-americano.
O Programa de Identificação de Ameaças Aeroespaciais Avançadas recebeu US$ 22 milhões do governo dos EUA entre 2007 e 2012 para serem usados em pesquisa de campo e em laboratório. O objetivo era esclarecer o que eram as estranhas aeronaves vistas por membros da Marinha e da Força Aérea do país.
O Departamento de Defesa dos EUA confirmou a existência do programa ao NYT, mas disse que ele terminou em 2012 porque a agência tinha “prioridades maiores que mereciam mais financiamento”. Entretanto, há quem diga que o programa ainda está em funcionamento.
É o que diz Luis Elizondo, oficial que liderou o programa e que deixou o Pentágono em outubro deste ano. Segundo ele, o projeto ainda está ativo, em segredo, e sem receber incentivos do governo norte-americano. Tudo isso com o apoio de congressistas de longa carreira nos EUA.
Segundo o NYT, o projeto começou a pedido de Harry Reid, senador Democrata de Nevada que era líder da maioria na casa na época. Reid sugeriu que o Departamento de Defesa buscasse os serviços de Robert Bigelow, um bilionário dono de uma empresa de pesquisa aeroespacial com interesse no assunto.
Numa entrevista recente, Bigelow disse que tinha “certeza absoluta” de que alienígenas existem e que eles já visitaram a Terra. O programa do Pentágono, porém, conseguiu identificar a maioria dos OVNIs observados como sendo fenômenos naturais, estrelas, drones ou aviões espiões do próprio Pentágono.
O programa revelado pelo NYT sequer foi o primeiro do gênero comandado nos Estados Unidos. A própria CIA já divulgou arquivos secretos sobre pesquisas de OVNIs antes, e o faz com certa frequência. Em 1969, a Força Aérea encerrou um programa que catalogou mais de 12 mil supostas aparições de aeronaves não-identificadas.
O programa, que recebeu o codinome de “Project Blue Book”, concluiu a investigação da maioria dos casos como sendo fenômenos naturais ou aeronaves feitas nos EUA ou em outros países. Entretanto, 701 casos permanecem sem explicação até hoje.
No Brasil, OVNIs também já foram investigados pelo governo. Durante a ditadura militar, foi criado o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani), programa que durou somente três anos, entre 1969 e 1972, e funcionava sob o comando da Aeronáutica.
Desde o fim do Sioani, o governo brasileiro não criou mais um departamento específico para investigar OVNIs. A Força Aérea Brasileira, porém, tem um protocolo pronto para pilotos que avistarem aeronaves estranhas: preencher um formulário e entregar a superiores. A maioria dos relatos não é investigada a fundo.