Espaçonave japonesa abre nova cratera em um asteroide

Uma amostra do corpo poderia explicar mais sobre o surgimento da vida no espaço
Redação05/04/2019 20h28, atualizada em 05/04/2019 21h05

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Uma espaçonave japonesa, a cerca de 186 milhões de quilômetros da Terra, lançou explosivos em um asteroide na noite passada. O resultado foi uma cratera na superfície do mesmo. Eventualmente, a espaçonave inspecionará a abertura feita — e pode até coletar uma amostra, o que ajudaria os cientistas a aprender mais sobre o interior do asteroide.

O veículo espacial usado é a Hayabusa2, operada pela Japan Aerospace Exploration Agency. Lançada em 2014, a nave viajou para um asteroide próximo da Terra, chamado Ryugu, e está circulando ao seu redor desde o ano passado. A missão do veículo é coletar amostras de material e trazê-las à Terra para estudos. No entanto, a espaçonave está usando alguns métodos únicos para atingir seu objetivo — inclusive enviou alguns robôs que estavam no asteroide ao longo de sua jornada.

Em setembro, a primeira grande manobra de Ryugu envolveu a implantação de um par de robôs cilíndricos nele, que ricocheteavam ao redor de sua superfície. A intenção era coletar dados e imagens de Ryugu. Algumas semanas depois, uma caixa robótica foi deixada no asteroide. Ela também estudou seu terreno. Finalmente, em fevereiro, a nave Hayabusa2 aproximou-se lentamente para a superfície do corpo espacial e disparou um projétil contra a rocha, enviando materiais que disparavam dentro do coletor do veículo .

Ontem à noite (04), a Hayabusa2 foi incumbida de atacar o asteroide com um pouco mais de força. Depois de abaixar-se lentamente em direção à superfície do Ryugu pela segunda vez, a Hayabusa2 enviou uma bomba com pequenos explosivos em direção à superfície e, em seguida, moveu-se para uma distância segura para evitar atritos. O dispositivo, chamado Small Carry-on Impactor (SCI), foi implantado na rocha horário previsto — e Hayabusa2 ainda tirou uma foto dele em direção ao asteroide.

O tamanho da cratera resultante ainda será determinado, mas dadas as circunstâncias, a cratera poderia ter cerca de 32 pés de diâmetro.

A Hayabusa2 registrou toda a ação. Quando estava a menos de um quilômetro de distância, a espaçonave utilizou uma câmera para capturar a explosão, observando a criação da cratera e os detritos resultantes. As imagens ajudarão a equipe da Hayabusa2 a encontrar a cratera posteriormente.

Depois que todos os destroços se estabilizarem, o veículo espacial retornará ao local. E uma decisão deverá ser tomada pela equipe: pegar ou não uma amostra de dentro da cratera criada? Obtê-la seria ideal, já que permitiria a coleta de um material que não foi exposto ao espaço por bilhões de anos. O ponto principal aqui é o estudo, a pesquisa — especificamente, aprender mais sobre os tipos de materiais que existiam no início do Sistema Solar.

Acredita-se que os asteroides sejam remanescentes da vizinhança cósmica que permaneceram relativamente inalterados desde que os planetas se formaram — há 4,5 bilhões de anos. Os materiais dentro do Ryugu são talvez os mais inalterados de todos, já que não foram desgastados pelo ambiente espacial.

O material dentro desta nova cratera pode conter alguns segredos detalhados de quais tipos de materiais existiam há muito tempo. Isso poderia dizer um pouco sobre como a Terra e como surgiu a vida por aqui.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital