Energia escura no espaço é uma ‘quintessência’; entenda

Substância pode eventualmente diminuir e destruir ideia de que o universo expande continuamente; pesquisa sobre elemento ainda é incompleta
Leticia Riente26/11/2020 16h06, atualizada em 26/11/2020 17h07

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Há algum tempo, por meio de vários estudos ao longo dos anos, os cientistas acreditam que a expansão do universo se deve a algo conhecido como energia escura. Se trata de uma constante que permite o crescimento infinito do espaço de forma acelerada. Mas um estudo pode mudar esta crença e impactar de forma considerável a comunidade científica.

Isto porque um grupo internacional de cientistas descobriu evidências de algo que foi denominado como “quintessência”. Seria um quinto elemento responsável pela expansão do universo, mas também pela sua possível diminuição em determinado estágio. A quintessência não é uma constante cosmológica como a energia escura, pois possui densidade que pode abrandar ao longo do tempo.

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Ideia de energia escura pode ser refutada pela nova descoberta. Créditos: Sripfoto/Shutterstock

Isso significa que a ideia de que o universo continua crescendo de forma ininterrupta poderia ser refutada. Sendo assim, outra preocupante possibilidade apareceria neste cenário: dado o momento, o espaço poderia começar a diminuir de tamanho e nós acabaríamos como uma lata de refrigerante amassada, assim como definiu o site Futurism. “Estamos de volta a uma situação em que não temos ideia de como o universo vai acabar”, afirmou Sean Carroll, físico teórico do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena.

Com a teoria em mãos, os cientistas do High Energy Accelerator Research Organization (KEK, na sigla em inglês), no Japão, e do Instituto Max Planck de Astrofísica em Garching, na Alemanha, começaram a pensar formas de provar a existência da quintessência. Para isso, eles observaram mapas do Fundo Cósmico de Microondas (CMB, na sigla em inglês), que possui a radiação eletromagnética relíquia que sobrou dos primeiros estágios do universo.

Nas análises, os pesquisadores procuraram por específicas assinaturas de luz. O objetivo era que estes sinais mostrassem campos elétricos de luz polarizada “balançando” de maneira direcionada, em vez de irem para qualquer direção. E foi exatamente isso que os cientistas encontraram. Neste ponto, cabe destacar que a teoria diz que a quintessência torce a direção para a qual a polarização aponta, de uma forma que poderia ser detectada olhando a polarização em todo o céu.

Implicações da descoberta

Para entender melhor o que o estudo sugere, vale lembrar da primeira vez que as teorias de energia escura surgiram. Em 1998, dois principais estudos argumentaram sobre o elemento, seguidos de outras pesquisas ao longo dos anos. De qualquer forma, detalhes sobre esta força nunca foram expostos, ou mesmos descobertos, mas desde então era no que os cientistas acreditavam.

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Quintessência pode fazer universo diminuir e destruir teoria de crescimento ininterrupto. Créditos: Sergey Nivens/Shutterstock

Considerando os aspectos da energia escura, os pesquisadores calcularam não só a possível idade do universo, sendo esta de 13,8 bilhões de anos, mas firmaram o entendimento da expansão constante. Por isso, a implicação da descoberta, que ainda está incompleta, da quintessência seria extremamente grande, mostrando ao mundo que homem possui uma imagem incompleta do conteúdo do espaço.

Via: Nature

Colaboração para o Olhar Digital

Leticia Riente é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital