Uma das principais teorias para explicar a formação da Lua é que, 4,5 bilhões de anos atrás, uma “proto-Terra” se chocou com um outro planeta, apelidado pelos cientistas de Theia. Ejetados para o espaço, os destroços do impacto formaram um anel ao redor do nosso planeta, que com o tempo se consolidou em um único objeto, a Lua.

Esta teoria explicaria porque ela é pobre em elementos químicos voláteis, como carbono. Eles teriam sido vaporizados pelo impacto, que teria gerado temperaturas entre 3.700 e 5.700 graus Celsius.

Mas observações feitas pela espaçonave japonesa Kaguya, que orbitou a Lua entre 2007 e 2009, colocam esta teoria em dúvida. A espaçonave observou emissão constante de íons de carbono em quase toda a superfície Lunar, com a quantidade variando de acordo com a região geográfica de nosso satélite.

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Íons de carbono

As leituras encontraram uma concentração de íons de carbono que não pode ser explicada pela deposição de carbono pelo vento solar, nem a entrega de carbono por micrometeoritos – ambos mecanismos que sabidamente fornecem pequenas quantidades de carbono para a Lua.

Além disso, as concentrações variaram. As planícies de basalto vulcânico no lado “próximo” da Lua, mais jovens, emitiram mais íons de carbono que cordilheiras mais velhas. Isto sugere que o carbono está integrado à Lua.

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“Nossas estimativas demonstram que carbono nativo existe em toda a Lua, suportando a hipótese de uma Lua contendo carbono embutido desde sua formação e/ou transportado até lá há bilhões de anos”.

As leituras sugerem que as temperaturas geradas pelo impacto da Terra com Theia podem ter sido muito menos intensas do que o estimado, ou que talvez o modelo de impacto precise ser revisado.

No mínimo, o resultado mostra que mais investigações sobre substâncias voláteis na Lua podem ser bastante reveladoras, e influenciar na seleção de instrumentos a bordo de futuros satélites lunares, ou mesmo nas missões tripuladas à Lua que estão sendo planejadas pela Nasa.

Fonte: Science Alert