Um grupo multidisciplinar e internacional de cientistas revisou uma informação divulgada recentemente sobre a presença de fosfina na atmosfera de Vênus. De fato, o gás está presente no planeta, mas em quantidades sete vezes menores que o anunciado anteriormente.
A informação foi publicada em setembro na revista Nature, um dos mais importantes periódicos destinados à ciência e a biologia no mundo. Os resultados poderiam indicar a presença de vida em Vênus, uma vez que a fosfina, na Terra, é produzida em consequência direta da atividade de seres vivos no meio ambiente.
À época, os cientistas participantes das pesquisas que procuravam por fosfina na atmosfera de Vênus se empolgaram com a descoberta. “Há duas possibilidades: pode haver alguma reação completamente desconhecida que está criando fosfina em Vênus, ou, a mais excitante, pode ser vida”, afirmou William Bains, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Venus phosphine update: Newly recalibrated ALMA data is less noisy than the original but we the Greaves et al. team now find a weaker, tentative signal. https://t.co/aVsAJzfdTY​ . Meanwhile independent evidence from Pioneer Venus data finds phosphine: https://t.co/7WItBS6K5H
— Sara Seager (@ProfSaraSeager) November 17, 2020
Revisão do estudo
No entanto, os pesquisadores perceberam que os sinais recebidos do planeta possuíam interferência, que poderia ter corrompido os resultados. Uma revisão no estudo aferiu que os níveis de fosfina na atmosfera do planeta são sete vezes menor que o indicado anteriormente.
Isto não significa que as chances de haver vida em Vênus estão descartadas: há presença do gás no planeta, embora em menor quantidade do que o informado. Os pesquisadores ressaltam que a presença de fosfina na atmosfera pode ser resultado de outra reação química, desconhecida para os estudiosos na Terra.
A astrônoma e professora Sara Seager, do MIT, ressaltou que as pesquisas em busca de vida no Sistema Solar não param e continuam com bom potencial de descoberta. “Estamos procurando por sinais de vida em exoplanetas, procurando por gases que não esperamos que estejam lá e há muitas missões em busca de potenciais sinais de vida em nosso Sistema Solar”.
Fonte: G1