Confira os objetos inusitados que foram para o espaço em 2019

De garrafas de vinho até maconha, lista traz itens inesperados de sair do planeta Terra; todos participaram de missões espaciais
Redação20/12/2019 19h51, atualizada em 20/12/2019 20h50

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O espaço foi o destino de muitos objetos em 2019. De bolas de praia a garrafas de vinho, os humanos fizeram diversos testes e enviaram alguns itens inusitados para fora da órbita terrestre. Nesta sexta-feira (20), a manequim Rosie foi o primeiro tripulante da Starliner, cápsula da Boeing com destino à Estação Espacial Internacional (ISS). Veja abaixo uma lista de objetos, no mínimo curiosos, que foram ao espaço este ano, a começar pela manequim.

Rosie

A boneca estava à bordo da Starliner, cápsula da Boeing lançada na manhã desta sexta-feira (20). No entanto, a missão fracassou pois a nave não conseguiu alcançar a órbita correta. Ainda assim, a Rosie possui extrema importância para a Nasa, pois querem retomar as missões tripuladas em 2020. O teste possibilitaria aos cientistas observar melhor como a força G (da gravidade) atua no crânio, pescoço e coluna vertebral dos tripulantes, com base nos efeitos causados a manequim.
O nome “Rosie” é inspirado em um ícone que representa as mulheres americanas que trabalharam em estaleiros e fábricas na produção de armas de fogo e munições durante a Segunda Guerra Mundial. Além disso, a relação com o feminismo é ainda mais estreita, pois o manequim carregará as palavras “We can do it” (Nós podemos fazer isso, em português), incluindo uma bandana vermelha com bolinhas brancas.
“Rosie é um símbolo não apenas das mulheres que estão abrindo caminho na história dos voos espaciais humanos, mas também de todas as pessoas que demonstraram coragem e determinação enquanto trabalhavam incansavelmente para garantir que a Starliner possa transportar astronautas com segurança para a Estação Espacial Internacional”, afirmou Leanne Caret, executiva-chefe e presidente da Boeing Defense, Space e Security.

Bola de praia

Não, não foram ao espaço bolas de praia de verdade, mas sim satélites que possuem o formato. O professor norte-americano Chris Walker, da Universidade do Arizona, criou satélites e telescópios mais baratos do que os convencionais e que se parecem com grandes bolas de praia, com alguns chegando a 40 metros de diâmetro.
A ideia por trás da invenção é facilitar a operação de satélites, pois a antena fica dentro da esfera, o que a diferencia de equipamentos comumente utilizados. A forma esférica também fornece um campo de visão amplo, que permite observar diversas áreas do universo sem que o objeto se mova. Chamada de Telescópio Espacial Terahertz, a bola de praia gigante é inflada com nitrogênio ou neon e apresenta baixas temperaturas de congelamento.
O professor afirmou que a possibilidade de algum meteorito ou corpo estranho furar sua criação não lhe assusta, pois, mesmo que isso aconteça, segundo ele, levariam anos para as “bolas” murcharem de vez. Walker é fundador da Freefall Aerospace, empresa que pretende usar os satélites em forma de bola de praia para enviar sinais de 5G à Terra.

Garrafas de vinho

A startup francesa, Space Cargo, enviou no dia 2 de novembro, para a Estação Espacial Internacional, um lote com 12 garrafas de vinho. O intuito é entender se é possível que a bebida envelheça fora da Terra e como isso aconteceria. Apesar de o consumo de álcool no espaço ser proibido, a Nasa permitiu que as primeiras garrafas da história fossem enviadas ao local.
O projeto, batizado de Mission Wise (“Sábia Missão”, em português), foi fundado por dois empresários franceses com a ajuda de biólogos. Após um ano fora da Terra, as garrafas voltarão para serem analisadas e comparadas com aquelas que envelheceram pelo mesmo período dentro do planeta. Assim, será possível equiparar os efeitos de envelhecimento que o espaço pode oferecer aos vinhos.

Slime

A gosma, que faz sucesso entre as crianças, foi protagonista de uma missão da SpaceX. O slime foi levado ao espaço em julho, após uma parceria entre a empresa espacial de Elon Musk, SpaceX, e o canal de televisão infantil, Nickelodeon. O intuito da missão era “desenvolver vídeos educacionais e outros conteúdos digitais com experimentos no espaço”, de acordo com um comunicado à imprensa.
O projeto foi chamado de “Fluidos Não Newtonianos na microgravidade”, e contou com a participação de seis tripulantes da ISS para realizar atividades divertidas e educativas com slime. Uma delas, por exemplo, realizou um jogo de ping pong, mais precisamente um “slime pong”, no qual astronautas usaram o líquido como se fosse uma bola de tênis de mesa.

Cookies

Além de jogar ping pong, os astronautas cozinharam cookies no espaço. Em outubro, os alimentos, feitos pela cadeia de hotéis Double Tree, do Hilton, foram parte de um experimento de microgravidade. O teste tinha o intuito de entender o que é possível ingerir no espaço, já que os astronautas têm de evitar comidas que soltam migalhas e flutuam dentro da nave.
Além deles, um protótipo de forno, desenvolvido especialmente para ser usado fora da Terra, abarcou a missão. Ele foi projetado para atingir a temperatura de 363,3 ºC, e o seu design possui similaridades com o de uma torradeira. Tanto o forno, quanto a massa de cookies, foram enviados à ISS no dia 2 de novembro. A realização foi possível devido à junção da Double Tree com a Zero G Kitchen e NanoRocks.

Bola de futebol

Os projetos da SpaceX de enviar objetos ao espaço não garantiu somente o slime na categoria de mais inusitados. Junto da gosma, e de mais de 5.500 itens, a empresa enviou bolas de futebol como parte de experimentos de microgravidade. Os objetos embarcaram no foguete Falcon 9, que decolou no fim de junho deste ano.
As bolas da Adidas, segundo um comunicado, vão ser importantes para entender “a velocidade, a oscilação e o eixo de rotação com diferentes formas e texturas, e servirá de comparação com os dados de experiências baseadas na Terra”. De acordo com a Nasa, “observar e medir o movimento delas, na microgravidade, melhora a compreensão do comportamento geral de objetos que voam livremente”. O estudo pode ajudar na criação de designs mais eficientes para equipamentos, como robôs espaciais, por exemplo.

Maconha

Apesar de compor a lista, a erva ainda não foi enviada ao espaço, mas a expectativa é que isso aconteça em breve. A empresa Front Range Biosciences enviará culturas de células de café e maconhas para a ISS em 2020, também com o objetivo de conhecer melhor os efeitos da microgravidade. As células de maconha que sairão da Terra são as utilizadas para fins médicos, com grandes quantidades de canabidiol – molécula ligada a tratamentos de epilepsia, ansiedade e dores.
Ainda assim, essa não será a primeira vez que a droga permeará o espaço. A companhia americana Space Tango enviou sementes de maconha, ricas em canabidiol, as recebeu de volta e plantou na Terra. Os resultados dos efeitos ainda não foram publicados.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital