Na quarta-feira (10/04), todos na Terra tiveram a oportunidade de ter a primeira visão direta de um buraco negro. Os motivos que possibilitaram isso foram vários, desde o Telescópio Event Horizon e uma série de oito radiotelescópios ao redor do mundo trabalhando juntos, até a participação decisiva de cientistas e matemáticos. Uma das mulheres que contribuiu para que isso virasse realidade foi a doutora em engenharia elétrica e ciência da computação pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), Katie Bouman, de 29 anos.

Cada telescópio coletava tantos dados do M87 que era impossível enviar pela internet e tinham de ser levados fisicamente para uma central de processamento de dados. Entretanto, grande parte do que tornou real o marco histórico foi graças aos algoritmos criados por Bouman, que trabalhou com outros três colegas para desenvolver a combinação de códigos que possibilitou a união da imagem.

Bouman juntou-se à equipe do projeto do Event Horizon Telescope há seis anos. Naquela época, ela não tinha conhecimento real de buracos negros, mas trouxe consigo uma extensa experiência em ciência da computação e engenharia elétrica. 

Em 2016 a engenheira afirmou em uma palestra do TEDxBeaconStreet., que “há mais de um século, Albert Einstein publicou pela primeira vez sua teoria da relatividade. Desde então, cientistas forneceram muitas evidências para sustentá-la. Mas uma das coisas previstas em sua teoria, os buracos negros, ainda não foram observados diretamente”.  Agora, ela acaba se tornar uma das protagonistas desse feito.

Horas depois do acontecimento seu nome viralizou nas redes sociais e a pesquisadora se tornou famosa internacionalmente. Ela ainda foi saudada pela universidade de Harvard, por onde também já passou, além do MIT, é claro. Em entrevista da CNN ela ainda disse: “Nenhum de nós poderia ter feito isso sozinho. Tudo aconteceu por causa de muitas pessoas diferentes de várias origens”.

 

Via: BBC