Um experimento de um ano de duração, conduzido por pesquisadores da Universidade de Arkansas, mostrou que a probabilidade de haver vida em Marte é maior do que imaginávamos. A experiência comprovou que micróbios seriam capazes de sobreviver no planeta, apesar de seu ambiente pouco convidativo.
O estudo avaliou a capacidade de organismos metanógenos sobreviverem na atmosfera marciana. Os metanógenos estão entre as formas de vida mais simples de todas, e recebem esse nome porque produzem metano com sua respiração. Na Terra, eles são encontrados em pântanos ou manguezais, ou dentro dos intestinos de bovinos. Eles não necessitam de oxigênio ou de luz para viver, pois se alimentam de hidrogênio. Por isso, eles seriam candidatos ideais para sobreviver em Marte.
Lá, eles precisariam ficar um pouco abaixo da superfície terrestre para se proteger de radiação ultravioleta. No entanto, a pressão atmosférica nessa região poderia ser um problema: isso porque ela é de cem a mil vezes menor que a pressão atmosférica na Terra (dependendo da época do ano): nessa pressão, a água evapora rapidamente, o que poderia inviabilizar a sobrevivência dos metanógenos.
Vida em Marte?
Para confirmar se esse era o caso, os pesquisadores colocaram quatro espécies de metanógenos diferentes em ambientes semelhantes à superfície de Marte. Foram usados tubos de ensaio com fluidos semelhantes aos que seriam encontrados na superfície marciana e pressão extremamente baixa mantida artificialmente.
Ao longo de um ano, os pesquisadores mantiveram as condições “quase marcianas” nos tubos de ensaio. Ao final do experimento, constatou-se que os metanógenos eram capazes de sobreviver de 3 a 21 dias naquelas condições. O período pelo qual eles sobrevivem pode ser suficiente para que eles gerem uma atmosfera rica em metano, o que poderia criar condições ainda mais convidativas para vida no planeta.
Como o Engadget aponta, o sucesso do experimento ainda não é suficiente para afirmar que os microorganismos existem de fato em Marte. Embora haja metano na superfície de Marte, ele pode ter se originado a partir de processos de vulcanismo, ou ainda de outros fatores.