O chamado “Paradoxo de Fermi” representa o eterno debate acerca da possibilidade de haver vida fora da Terra: se o universo é tão grande, e as chances de haver outras civilizações espalhadas pelo cosmo são tão altas, por que ainda não encontramos sequer uma evidência dessas formas de vida? Um estudo publicado por dois cientistas australianos propõe uma resposta.

A hipótese dos astrobiólogos Aditya Chopra e Charley Lineweaver é a de um chamado “Gargalo de Gaia”. O nome se basea na Teoria de Gaia, elaborada por James Lovelock no fim da década de 1970, que levanta a hipótese de que todas as formas de vida na Terra atuam para sustentar o ecossistema do planeta inteiro, como um organismo vivo, de modo que um delicado equilíbrio de forças tem mantido nosso mundo habitável por tantos bilhões de anos.

O chamado “Gargalo de Gaia” seria uma espécie de filtro natural que impede a maioria dos planetas potencialmente habitáveis no universo de abrigar vida como a Terra. Segundo os cientistas, nosso planeta é um raríssimo caso de um ecossistema que conseguiu manter sua temperatura e sua atmosfera reguladas rápido o bastante para que a vida evoluísse.

Um exemplo são os nossos vizinhos mais próximos: Vênus e Marte. Ambos possuem formações rochosas e evidências de que, no passado, possuíram vastos oceanos e grandes chances de abrigar vida. No entanto, não conseguiram regular sua atmosfera a tempo para que seres unicelulares se desenvolvessem como os da Terra. Desse modo, Vênus se tornou extremamente quente e ácido, enquanto Marte se tornou frio. Hoje, ambos são totalmente inóspitos.

“Formas de vida primitivas são frágeis, e por isso acreditamos que elas raramente evoluem rápido o bastante para sobreviver”, disseram Chopra e Lineweaver em seu estudo. Em outras palavras, os cientistas acreditam que inúmeras formas de vida já podem ter surgido no universo, mas que, hoje, estariam quase todas extintas.

Os cientistas também acreditam que a hipótese do Gargalo de Gaia pode ser testada e comprovada a partir do momento que possuirmos a tecnologia necessária. O estudo sugere que fósseis de organismos unicelulares e bactérias primitivas encontradas no espaço poderão comprovar a teoria.

Via Gizmodo