A Coroa Solar é a camada mais externa da atmosfera do Sol, constituida por um plasma escaldante e motivo de curiosidade pela comunicadade científica. E agora pesquisadores, após terem pela primeira vez mapeado o campo magnético como um todo, deram um grande salto da compreensão de seu funcionamento.

Este campo magnético influência vários aspectos do comportamento do Sol, incluindo o aquecimento do plasma que atinge temperaturas extremas na superfície do astro, e também as gigantescas erupções solares que podem causar impacto na vida aqui no nosso planeta.

A nova descoberta permite aos cientistas coletar mais informações sobre esses eventos, além de uma melhor compreensão do ciclo solar que se repete a cada 11 anos por conta da inversão do seu campo magnético.

Novo mapamento do campo magnético do Sol

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O campo magnético global. Foto: Peking University

Anteriormente, já tinhamos mapeamentos precisos do campo magnético solar, mas que iam até a fotoesfera, ou seja, a superfície do Sol. O novo estudo amplia o mapeamento até a camada mais externa da atmosfera do astro, a coroa solar.

Os pesquisadores utilizaram um instrumento que mede as ondas de Alfvén, forças magneto-hidrodinâmicas que atuam como indicadores dos campos magnéticos adjacentes. Essas ondas mudam de velocidade conforme o campo magnético varia a força. O instrumento utilizado para a medição foi o Polarímetro Multicanal Coronal (em inglês a sigla CoMP), instalado no Observatório Solar em Manua Loa, no Havaí.

“Os dados coletados pelo CoMP revelam que a coroa solar está repleta dessas ondas Alfvén e nos oferece a melhor forma de observá-las”, diz o Dr. Richard Morton, da Universidade de Northumbria do Reino Unido, especialista na observação e análise de ondas na coroa solar

O mapeamento feito a partir da observação dessas ondas permitirá o preenchimento de lacunas no nosso conhecimento científico de como as camadas da atmosfera ao redor do Sol interagem umas com as outras.

“Acho que essa é uma maravilhosa demonstração de como podemos utilizar as ondas de Alfvén para visualizar as propriedades do Sol”, disse Morton. “O processo é semelhante a como os sismólogos usam terremotos para descobrir como é o interior da Terra.”

Os dados coletados com esse novo método foram combinados com informações já existentes sobre a densidade de elétrons da coroa solar, construindo assim uma imagem nunca antes vista e muito mais ampla do campo magnético do Sol.

A equipe agora tem a meta de utilizar a mesma técnica para realizar as medições de forma regular e portanto construir uma imagem que será constantemente atualizada, formando assim um mapeamento ainda mais dinâmico do funcionamento da coroa solar. A pesquisa for publicada pela Science.

Via: ScienceAlert